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Tensão

EUA e Europa condenam manobras militares da China perto de Taiwan

Um caça Mirage 2000 da Força Aérea de Taiwan se aproxima para pouso na Base Aérea de Hsinchu, enquanto a China realiza exercícios militares ao redor da ilha (Foto: EFE/EPA/RITCHIE B. TONGO)

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Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) condenaram nesta terça-feira (1º) as manobras militares realizadas pelo regime comunista da China em torno de Taiwan, denunciando o aumento das tensões na região e alertando para os riscos de desestabilização no estreito que separa a ilha do continente.

As ações coordenadas por Pequim envolveram unidades militares em diferentes frentes, com o objetivo declarado de se aproximar de Taiwan “a partir de várias direções” e emitir “uma séria advertência às forças separatistas que buscam a independência da ilha”.

Em comunicado divulgado em Bruxelas, o Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE) afirmou que os exercícios “estão aumentando as tensões a ambos os lados do estreito” e ressaltou que a estabilidade em Taiwan “tem uma importância estratégica para a segurança e a prosperidade regionais e mundiais”. A diplomacia da União Europeia reafirmou seu “interesse direto” em manter o equilíbrio atual na região e se posicionou contra “qualquer ação unilateral que mude o status quo por meio da força ou da coerção”.

O bloco europeu ainda apelou ao bom senso dos envolvidos.

“Conclamamos todas as partes a agirem com moderação e evitarem qualquer ação que possa agravar ainda mais as tensões”, declarou a nota oficial, reforçando que as divergências entre Pequim e Taipé devem ser resolvidas de maneira pacífica.

Do lado norte-americano, a Casa Branca também condenou as novas movimentações do exército chinês. A porta-voz Karoline Leavitt reiterou a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao destacar que Washington segue comprometido com a manutenção da paz no estreito.

“O presidente insistiu na importância de manter a paz no estreito de Taiwan, promovendo a resolução pacífica das questões entre os dois lados do estreito e reiterando nossa oposição a qualquer tentativa unilateral de mudar o status quo pela força ou coerção”, afirmou.

Pequim, por sua vez, reafirmou sua visão histórica sobre Taiwan “como parte inseparável” do território chinês. O regime comunista nunca descartou o uso da força para realizar a “reunificação” com a ilha, um dos principais objetivos do ditador Xi Jinping desde que assumiu o poder em 2012. Taiwan, no entanto, opera como um Estado soberano de fato desde 1949, com seu próprio sistema político democrático, econômico e militar.

Embora os Estados Unidos não reconheçam formalmente a independência de Taiwan — uma política ambígua que se arrasta há décadas —, o país é o principal parceiro estratégico da ilha. Washington fornece apoio militar e econômico, mesmo sem um reconhecimento diplomático oficial. Ainda assim, Trump tem adotado uma postura controversa sobre a situação. No mês passado, ele evitou declarar se os EUA interviriam diretamente em caso de invasão à Taiwan por parte da China.

Apesar disso, o governo norte-americano vem sinalizando mudanças sutis em sua abordagem. Recentemente, o Departamento de Estado atualizou o conteúdo de seu site oficial e removeu uma frase que dizia que os EUA “não apoiam a independência de Taiwan” — gesto que foi duramente criticado por Pequim.

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