• Carregando...
Presidente Omar Hassan al-Bashir discursa para uma multidão em Cartum: "EUA e Europa devem ser levados à Corte de Haia" | Zohra Bensemra / Reuters
Presidente Omar Hassan al-Bashir discursa para uma multidão em Cartum: "EUA e Europa devem ser levados à Corte de Haia"| Foto: Zohra Bensemra / Reuters

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, classificou nesta quinta-feira de uma tática colonialista a decisão do Tribunal Penal Internacional de pedir sua prisão por crimes contra a Humanidade e de guerra na região sudanesa de Darfur, onde cerca de 300 mil pessoas foram assassinadas e 2,7 milhões, obrigadas a deixar suas casas. Diante de milhares de sudaneses que faziam manifestação de apoio a Bashir, o presidente disse que são os Estados Unidos e a Europa que devem ser levados à Corte de Haia.

"Os mentirosos e os verdadeiros criminosos na Europa e nos Estados Unidos querem julgar os honrados. Os que roubaram a riqueza dos povos são os que tem que se sentar frente ao tribunal", disse Bashir, em Cartum, onde desfilou em carro aberto e voltou a dançar para os manifestantes, repetindo o que havia feito nesta terça-feira ao falar sobre o possível pedido de prisão.

O presidente convocou a criação de uma frente internacional para resistir ao que chamou de "neocolonialismo" e anunciou em um encontro com políticos na quinta-feira a expulsão de dez agências internacionais de ajuda humanitária, alegando que agiram em contradição com "as regras e as leis". Ativistas temem que a decisão do TPI atrapalhe a resolução do conflito em Darfur, que começou em 2003, quando o governo reagiu à uma rebelião de grupos não-árabes, lançando uma campanha de bombardeios à região com apoio de milícia árabe.

"Nós vamos lidar de maneira responsável e decidida com qualquer pessoa que tente atingir a estabilidade e a segurança do país", disse Bashir, que chegou ao poder em um golpe de Estado em junho de 1989.

Diante dos membros do Executivo, o presidente afirmou que o TPI não está moralmente capacitado para emitir uma ordem de prisão contra ele "porque são os responsáveis pela humilhação e o saque da riqueza dos povos". O Sudão não reconhece o TPI - corte internacional independente, reconhecida por 108 países, e em vigor desde 2002.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]