O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, afirmou que deve liberar cinco americanos detidos no país nesta segunda-feira (18), após um acordo com os EUA, que possibilitou o descongelamento de fundos internacionais no valor US$ 6 bilhões ao governo iraniano.
O dinheiro estava congelado como parte das sanções impostas por violações aos direitos humanos e pelo programa nuclear que o Irã mantém.
Em troca, Washington também deve libertar cinco cidadãos do Irã que estão presos em território americano. O acordo foi mediado pelo Catar, que tem assumido mais presença diplomática entre os países.
Uma fonte informada sobre o assunto disse à Reuters nesta manhã que “um avião do Catar já está de prontidão no Irã, esperando para transportar cinco cidadãos americanos e dois parentes, que serão libertados em breve para Doha”.
O diplomata iraniano afirmou que os fundos, que estavam bloqueados na Coreia do Sul depois que as sanções dos EUA ao Irã foram endurecidas em 2018, estariam disponíveis para Teerã por meio do Catar, que recebeu a transferência dos valores e garantiu que o dinheiro será gasto em bens humanitários.
Kanaani ainda disse que dois iranianos retornariam ao país, enquanto outros dois permaneceriam nos EUA, a pedido. Um detido iria juntar-se à sua família num terceiro país que não foi informado.
Segundo a Reuters, Doha acompanhou pelo menos oito rodadas de negociações diplomáticas entre os dois países.
A transferência de fundos do Irã foi alvo de críticas dos republicanos dos EUA, disse a agência, que acusam Biden de fazer do acordo um "pagamento de resgate" por prisioneiros dos EUA.
Os americanos que serão libertados são os empresários Siamak Namazi, de 51 anos, Emad Sharqi, de 59 anos, e o ambientalista Morad Tahbaz, de 67 anos. No último mês, eles foram colocados em prisão domiciliar. Outros dois detidos, que não tiveram a identidade revelada, também já cumpriam prisão domiciliar.
Já os cinco iranianos a serem libertados pelos EUA são Mehrdad Moin-Ansari, Kambiz Attar-Kashani, Reza Sarhangpour-Kafrani, Amin Hassanzadeh e Kaveh Afrasiabi. O governo afirmou que Afrasiabi permaneceria nos EUA após a libertação.
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