Representantes de Estados Unidos e Síria expressaram neste sábado (7) otimismo ao fim da primeira reunião de alto nível entre os dois países nos últimos quatro anos, que buscou canalizar as relações bilaterais e superar uma era de divergências.
Esta foi a primeira visita de uma missão de alto escalão dos Estados Unidos a Damasco desde uma realizada em janeiro de 2005 pelo então subsecretário de Estado Richard L. Armitage.
Por sinal, a Síria não tem um embaixador americano desde 2005, quando a então encarregada da delegação diplomática, Margaret Scobey, foi retirada de Damasco. Ela abandonou a Síria em protesto contra o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, em 14 de fevereiro de 2005.
O encontro aconteceu em função do fato de que o governo de Barack Obama quer demonstrar sua vontade de dialogar com os países da região, com os quais as relações com Washington se encontram marcadamente distanciadas.
Os representantes dos Estados Unidos na reunião foram o secretário-adjunto de Estado para o Oriente Médio, Jeffrey Feltman, e Dan Shapiro, do Conselho Nacional de Segurança.
Ambos ficaram reunidos por quatro horas em Damasco com o ministro de Assuntos Exteriores sírio, Walid al-Moualem, mas, apesar de haver a possibilidade de os enviados americanos se encontrarem com o presidente Bashar al-Assad, isso acabou não acontecendo.
No final da reunião com o chanceler sírio, Feltman afirmou que Síria e Estados Unidos se encontravam "em um ponto de discussão muito construtivo". No entanto ele destacou que não espera um avanço imediato após anos de relações tensas entre os dois países.
Washington gostaria de receber ajuda da Síria em questões envolvendo o Iraque, o Líbano e os palestinos. Segundo Feltman, ambas as partes chegaram a um acordo sobre os benefícios de uma estabilidade tanto no Iraque quanto nas relações entre Israel e seus vizinhos.
"É minha opinião que a Síria pode ter um importante e construtivo papel na região", assinalou Feltman.
Em comunicado, o Ministério de Assuntos Exteriores sírio disse que, na reunião, foram analisados os mecanismos para "fortalecer as relações bilaterais e também foram trocados pontos de vista sobre a situação regional com o objetivo de conseguir uma paz completa no Oriente Médio".
A visita deste sábado dos enviados especiais americanos não teve grandes repercussões na imprensa local, mas a agência oficial "Sana" destacou que as conversas entre Damasco e Washington devem seguir para possibilitar que o Oriente Médio alcance a segurança e a estabilidade.
A "Sana" informou que, na reunião, o chanceler sírio estava acompanhado da assessora política e de informação da Presidência, Bouthaina Shaaban, e do vice-ministro de Exteriores, Faisal al-Miqdad.
Israel
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, encorajou neste sábado os contatos de paz entre Israel e Síria. Em uma entrevista coletiva, Hillary disse que os Estados Unidos ainda não tomaram uma decisão sobre a nomeação de um novo embaixador em Damasco.
"Não decidimos sobre os próximos passos", disse Hillary.
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