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Caça F-16 da aviação turca:  país fará apenas operações áreas para combater o Estado Islâmico | Murad Sezer / Reuters
Caça F-16 da aviação turca: país fará apenas operações áreas para combater o Estado Islâmico| Foto: Murad Sezer / Reuters

Os Estados Unidos e a Turquia trabalham na criação de uma zona de segurança, na fronteira entre o país turco e a Síria, com o objetivo de afastar a facção radical Estado Islâmico (EI) da região. Os dois países já teriam entrado em acordo sobre os principais pontos do plano.

Curdos

Tropas da Turquia bombardearam uma aldeia curda perto da fronteira com a Síria na noite de domingo, com a ajuda de ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA. Os alvos eram combatentes curdos que têm lutado contra o Estado Islâmico (EI). Não há informação sobre vítimas. Os ataques da Turquia, que começaram na sexta-feira, têm como alvo tanto os combatentes curdos quanto os militantes do EI. Os curdos estão entre as forças terrestres mais eficazes contra o EI, mas a Turquia teme que eles possam reviver a intenção de capturar a capital turca, Ancara, em busca de um estado independente.

A campanha envolveria forças turcas, grupos sírios insurgentes e aviões militares americanos para estabelecer uma faixa com cerca de 100 quilômetros de extensão, da margem oeste do rio Eufrates à província síria de Aleppo, sem a presença dos radicais islâmicos.

Um dos efeitos colaterais do plano seria o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, objetivo há muito tempo almejado pelos turcos e pelas forças sírias de oposição ao ditador Bashar al-Assad — mas que não estaria incluído formalmente no acordo. Os alvos do EI que ficam na área estão entre os que mais sofrem ataques aéreos das forças militares pró-Assad.

Jornais da Turquia informaram que a zona de segurança deve se estender por cerca de 40 km em direção ao território sírio, incluindo lugares de importância simbólica para o EI, como as cidades de Dabiq e Manbij. Na semana passada, após muitas críticas internacionais e um atentado suicida que deixou 32 mortos, a Turquia aceitou ceder bases aéreas para a coalizão liderada pelos EUA que combate o EI. Na sexta-feira, a aviação turca bombardeou postos do EI em território sírio.

“Não queremos ver o EI em nossa fronteira. Queremos substituí-lo pela oposição moderada”, afirmou o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, dando a entender que o país poderá dar apoio aos grupos que enfrentam as forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad. O grupo mais cotado é o Exército Livre da Síria (ELS), que enfrenta as forças de Assad, segundo fontes ligadas ao governo turco. O apoio ficará limitado a ataques aéreos: Davutoglu disse ontem que o país não enviará tropas por terra.

O grupo que assumir o controle da faixa de segurança projetada por Ancara e Washington também deverá garantir a segurança da população civil, já que a Turquia prevê transformar esta área em local de refúgio para os deslocados sírios. O governo turco sugere ainda que os refugiados que atualmente estão na Turquia, cerca de 1,7 milhão de pessoas, retornem a essa faixa, mas não forçará isso, de acordo com as fontes.

Segundo Hefiz Abdulrahman, analista sírio refugiado na Alemanha e cofundador da organização de direitos humanos curda Maf, a campanha turca contra o EI não vem de um repentino desejo de enfrentar a milícia jihadista após dois anos compartilhando trechos de fronteira, mas da necessidade de conter a expansão curda na Síria rumo ao oeste.

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