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Diplomacia

EUA e Venezuela reatam relações

Países oficializam volta de embaixadores após nove meses da crise que teve a Bolívia como pivô

Caracas - A Venezuela e os EUA confirmaram ontem que normalizarão as relações diplomáticas nos próximos dias. A expectativa é que os países voltem a ter embaixadores em suas respectivas representações em Caracas e em Washington, após nove meses de ausência.

"(O presidente Barack Obama) tem demonstrado o desejo de avançar em direção a uma comunicação mais fluida e melhorar as relações. Estamos à disposição para ir adiante'', disse, pela manhã, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.

Horas mais tarde, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ian Kelly, ratificou o anúncio de Caracas. "Acreditamos que intercambiar embaixadores beneficia ambos os países'', disse, em Washington.

A normalização das relações já havia sido sinalizada durante a Cúpula das Américas, realizada em abril, em Trinidad e Tobago. Após se encontrar com Obama, o presidente Hugo Chávez disse que voltaria a enviar um embaixador aos Estados Unidos.

Desde a cúpula, Chávez mudou o tom sobre Obama, passando a elogiá-lo constantemente em público. Pouco antes, havia até lhe chamado de "pobre ignorante''.

A retirada dos embaixadores aconteceu em setembro, ainda no governo George W. Bush, quando Chávez expulsou, com palavras duras, o representante dos EUA em solidariedade à Bolívia, que fizera o mesmo.

A Bolívia, do presidente Evo Morales, também está se reaproximando do governo norte-americano. Os países concordaram em realizar uma série de encontros diplomáticos para estabelecer "novas bases'' antes de nova troca de embaixadores.

Morales acusou a Embaixada dos EUA de alimentar um golpe de Estado em aliança com a oposição interna em 2008.

Ajuda

Ontem, a oposição voltou a pedir a ajuda internacional contra Chávez. Antonio Ledezma, eleito prefeito de Caracas, mas que teve seus poderes esvaziados, qualificou a administração do atual presidente como "um governo foragido" e pediu ajuda internacional para restaurar a democracia.

"Nós, na Venezuela, padecemos de um governo foragido, de um governo neo ditatorial" e buscamos "restabelecer a democracia que nos foi tirada", disse Ledezma em uma coletiva de imprensa na Sociedade das América, uma instituição acadêmica em Nova Iorque.

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