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Memória

EUA esconderam imagens de Hiroshima por décadas

Documentário americano sobre o tema será finalmente exibido

Washington (Reuters) – Enquanto o mundo se prepara para lembrar, no sábado, o 60.º aniversário do lançamento da primeira bomba atômica da história, especialistas em mídia norte-americanos vêem ecos preocupantes entre o ocultamento das imagens da morte e destruição nucleares na época e a cobertura atual da guerra no Iraque. Como conta Greg Mitchell num artigo da Editor & Amp Publisher desta semana, nos dias que se seguiram aos ataques nucleares contra Hiroshima e Nagasaki, no Japão, as autoridades dos EUA apreenderam e esconderam imagens das cidades bombardeadas, gravadas por militares norte-americanos e por cinejornais japoneses, para impedir que a população visse o alcance da devastação provocada pelas novas armas.

Dezenas de milhares de pessoas morreram em cada um dos ataques. A filmagem militar norte-americana, colorida, foi classificada como secreta. Permaneceu escondida até o início dos anos 80, e nunca foi integralmente transmitida. O filme japonês, em preto-e-branco, foi devolvido ao Japão no final dos anos 1960.

Algumas das imagens captadas nos dias que se seguiram ao bombardeiro serão transmitidas finalmente no sábado, num documentário de um canal de tevê a cabo dos EUA. "Embora haja evidentemente diferenças enormes com o Iraque, também há semelhanças", disse Mitchell, co-autor do documentário "Hiroshima in America". "A principal semelhança é que os norte-americanos continuam sendo mantidos longe de imagens de morte, seja a de seus próprios soldados ou a de civis", disse ele.

Portas da Paz

Embora a cerimônia em memória das vítimas esteja marcada para sábado, Hiroshima tem lembrado a tragédia de 60 anos atrás há dias. No sábado, a cidade inaugurou um monumento "Portas da Paz", criado pelos franceses Clara Halter e Jean-Michel Wilmotte. O prefeito da cidade, Tadatoshi Akiba, aproveitou a ocasião para pedir o fim das armas nucleares. O monumento está situado ao longo da grande Avenida da Paz, em frente ao célebre Parque da Paz, criado em 1949 pelo arquiteto japonês Kenzo Tange.

Com centenas de metros de extensão, ele é composto de 10 arcos translúcidos de nove metros de altura, distribuídos sobre um pátio de pedra no qual a palavra "paz" é gravada em 49 idiomas.

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