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A administração norte-americana está determinada em obter um acordo de paz árabe-israelense "verdadeiramente compreensível", que inclua a normalização das relações entre Israel e todos seus países vizinhos árabes, disse o enviado especial do presidente Barack Obama ao Oriente Médio, George Mitchell, em entrevista concedida em Damasco, capital da Síria, após reunir-se com o presidente do país, Bashar Assad.

É a segunda visita diplomática de Mitchell à Síria desde que assumiu o posto. A Síria está na lista de Washington dos países apoiam o terrorismo e as relações com o país foram suspensas pelo antecessor de Obama, George W. Bush. No mês passado, Mitchell fez uma primeira visita do alto escalão norte-americana à Síria desde 2005, declarou que o país tem papel fundamental na promoção da paz no Oriente Médio.

Da Síria, Mitchell viaja para Israel aonde chega hoje para reunir-se com o primeiro-ministro, Benjamim Natanyahu. Antes da chegada de Mitchell, o premiê israelense afirmou ter esperanças de que sejam eliminadas as diferenças com Washington, que ficaram evidentes durante encontros nesta semana entre enviados norte-americanos e autoridades israelenses.

Netanyahu está sob pressão dos Estados Unidos para paralisar as construções de assentamentos israelenses na Cisjordânia e no oeste de Jerusalém. Washington teme que Israel planeje um ataque contra instalações nucleares iranianas. "Naturalmente, no contexto das relações amigáveis entre aliados, não há acordo sobre todos os pontos e em várias questões tentamos atingir um entendimento, a fim de progredirmos juntos na direção de nossos objetivos conjuntos - paz, segurança e prosperidade para todo o Oriente Médio", afirmou Netanyahu.

Mitchell descreveu as conversas com Assad, o presidente sírio, como "muito tranquilas e positivas", acrescentando ter discutido "as perspectivas de avançar no objetivo de uma paz ampla na região e de melhora nas relações entre a Síria e os Estados Unidos". "Disse ao presidente Assad que o presidente Obama está determinado em facilitar uma paz árabe-israelense verdadeiramente ampla", afirmou Mitchell. "Esta paz seria entre palestinos e israelenses, entre a Síria e Israel, entre o Líbano e Israel", observou. "E claro, em última instância, a total normalização das relações entre Israel e todos os países da região. Isso é o que defende a iniciativa árabe de paz e o maior objetivo dos esforços que estamos tendo", disse Mitchell. Ele se referiu ao chamado plano de paz Árabe, proposto pela primeira vez pelo rei saudita Abdullah em 2002 e relançado cinco anos depois.

Assad não falou com a imprensa após o encontro do o enviado dos EUA, mas a agência de notícias oficial da Síria informou que o presidente teria ressaltado a Mitchell que "o direito árabe de recuperar as terras ocupadas por meio de uma paz ampla e justa".

Sobre as negociações de paz rompidas entre Síria e Israel, Mitchell comentou que o "objetivo no curto prazo é a retomada das negociações", acrescentando ser necessária a colaboração de Israel e dos países árabes. A administração Obama tem mantido uma série de encontros com a Síria e espera que um acordo diplomático encorajará Damasco ter participação positiva no processo de paz no Oriente Médio e no Iraque. A Síria é considerada importante no processo por seu apoio ao grupo militante palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e ao grupo militante Hezbollah, no Líbano.

Autoridades dos Estados Unidos e do Iraque vinham criticando a Síria por não esforçar-se o suficiente para evitar a utilização de seu território por militantes muçulmanos, que atravessam para o Iraque para atacar forças norte-americanas e iraquianas. A Síria defende-se dizendo que faz o que pode e pede a Washington e Bagdá que aumentem o controle no lado iraquiano da fronteira. Mitchell disse que Washington continuará a engajar a Síria. "No que diz respeito à relação entre Síria e a América, os Estados Unidos estão comprometidos com um diálogo baseado no interesse mútuo e mútuo respeito e uma sólida base para discussões de nossos objetivos compartilhados e das diferenças reais, quando ocorram", afirmou.

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