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Vice-presidente americano Mike Pence visitou abrigo para refugiados venezuelanos, em Manaus | RICARDO OLIVEIRA/AFP
Vice-presidente americano Mike Pence visitou abrigo para refugiados venezuelanos, em Manaus| Foto: RICARDO OLIVEIRA/AFP

No último dia de sua passagem pelo Brasil, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, visitou famílias de imigrantes venezuelanos que vivem em um dos abrigos que integram o programa de interiorização do governo federal em Manaus, na manhã desta quarta-feira (27). O local, que foi adaptado para receber famílias inteiras e, assim, não forçar a separação de pais e filhos, está entre os que podem ser beneficiados pela doação de mais de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões) prometida por Pence para iniciativas de acolhida a refugiados venezuelanos no Brasil. 

Nem o prefeito de Manaus, Artur Virgílio(PSDB), nem o governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT), participaram da visita. Segundo o prefeito, a ausência no encontro foi motivada por exigências do protocolo de segurança da comitiva norte-americana. 

Para o coordenador da Cáritas Arquidiocesana de Manaus, que administra o abrigo, padre Orlando Barbosa, a visita não atendeu as expectativas. Apesar da confirmação de que a verba americana ficará disponível para o Ministério do Desenvolvimento Social, Pence não anunciou prazos. 

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A visita ao abrigo Santa Catarina de Sena acontece em meio à repercussão negativa da política de "tolerância zero" do governo Trump contra a imigração ilegal, que resultou na separação de mais de 2.000 crianças dos pais (todos imigrantes ilegais), entre elas pelo menos 51 brasileiras. 

Esse foi um dos assuntos discutidos por Pence e Temer na terça-feira (26), em Brasília. Na ocasião, o pronunciamento do vice americano provocou desconforto no governo brasileiro ao cobrar uma atuação mais enérgica do Brasil no sentido de isolar o ditador Nicolás Maduro na Venezuela e de colaborar na resolução da crise migratória no continente. 

Programação fechada

A comitiva de Pence chegou ao Aeroporto Internacional de Manaus por volta das 11h desta quarta e seguiu direto para a Casa de Acolhida Santa Catarina de Sena, no bairro Petrópolis, zona sul da capital amazonense, onde vivem 86 imigrantes, entre homens, mulheres e crianças. 

Pence conheceu as dependências do prédio, conversou, com ajuda de tradutores, com alguns dos imigrantes que ali residem e com representantes de entidades envolvidas no acolhimento aos venezuelanos em Manaus, contou o padre Orlando Barbosa. 

Após aproximadamente uma hora e meia, a comitiva norte-americana seguiu para a parte turística da programação: um sobrevoo de helicóptero pela Zona Franca de Manaus e pontos turísticos da região.  O próximo destino de Pence é a Guatemala, onde Pence deve se reunir com os presidentes daquele país, de Honduras e de El Salvador. Os três países são as principais origens dos imigrantes que procuram asilo nos Estados Unidos, principalmente por motivos de violência.

Acolhimento

Nos abrigos de Manaus, atualmente, aproximadamente 400 imigrantes venezuelanos recebem alimentação, atendimento de saúde e outros serviços básicos, como emissão de documentos, além de assistirem a palestras e oficinas e de serem encaminhados para vagas de trabalho. 

Dois desses abrigos são destinados exclusivamente a cerca de 200 indígenas da etnia Warao que, ao longo em 2017, migraram em massa para Manaus e chegaram a ficar meses acampados em praças e na rodoviária, em situação de risco e mendicância. 

Depois de Boa Vista, Manaus é a cidade brasileira que mais recebe venezuelanos, e o número de pedidos de refúgio segue crescendo no Amazonas: enquanto em todo o ano de 2017 a Polícia Federal registrou 2.780 solicitações, só nos primeiros quatro meses de 2018 foram mais de 3.500 pedidos.

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