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Nicolás Maduro, ditador da Venezuela: EUA voltam a sancionar regime de Caracas após descumprimento de acordo| Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (30) o restabelecimento das sanções ao setor do ouro da Venezuela e ameaçaram fazer o mesmo com o setor petrolífero, em represália à inabilitação da candidata presidencial da oposição María Corina Machado.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, anunciou nas redes sociais que "em resposta às ações antidemocráticas do governo de Nicolás Maduro, o país revogou o alívio das sanções para o setor do ouro da Venezuela".

"O alívio para os setores de petróleo e gás da Venezuela será renovado em abril somente se os representantes de Maduro cumprirem seus compromissos", disse o porta-voz do Departamento de Estado.

Depois que o chavismo e a oposição chegaram a um acordo em outubro do ano passado, em Barbados, sobre um roteiro para eleições presidenciais em 2024, Washington suspendeu uma série de sanções econômicas à Venezuela por seis meses.

O anúncio de hoje sobre o setor do ouro significa que todas as empresas que fazem negócios com a mineradora estatal venezuelana Minerven devem liquidar suas operações até 13 de fevereiro, explicou o Departamento do Tesouro dos EUA em comunicado.

O Departamento de Estado também antecipou que as sanções sobre o petróleo e o gás venezuelanos serão restauradas em 18 de abril se "todos os candidatos presidenciais não tiverem permissão para competir nas eleições deste ano".

O governo de Joe Biden tomou essa decisão em resposta à decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela de ratificar a inabilitação de 15 anos para ocupar cargos públicos que pesa sobre Machado.

A Casa Branca advertiu o regime de Maduro na segunda-feira (29) que ele tem até abril para cumprir os acordos firmados com a oposição antes das eleições presidenciais previstas para o final deste ano ou enfrentará sanções novamente.

"Temos opções à nossa disposição. Não vou adiantar nenhuma delas neste momento, mas certamente temos opções com relação a sanções e outros tipos de medidas que podemos tomar. Vocês têm até abril", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

Entre as condições estabelecidas em outubro passado pelos EUA para não reativar as sanções estava a libertação de vários prisioneiros americanos na Venezuela, o que aconteceu no mês passado, mas também a permissão para que Machado concorresse nas próximas eleições.

A principal opositora à ditadura de Maduro agradeceu a resposta internacional em rejeição à ratificação de sua inabilitação política e afirmou que, apesar da decisão tomada pelo TSJ na última sexta-feira, será candidata nas próximas eleições.

O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, emitiu uma nota na rede social X, repudiando a medida tomada pela Casa Branca. Na publicação, o chanceler afirmou que o regime venezuelano repudia as novas tentativas de chantagem e interferência dos EUA em seus assuntos internos.

"Essas ações constituem um ultimato contra toda a sociedade venezuelana, uma vez que utilizam a coerção e ameaça, para impor um golpe no país, ignorando as instituições do Estado e o bem estar do povo", disse ainda Gil.

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