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Diplomacia

EUA, Rússia, União Europeia e Ucrânia chegam a acordo para amenizar crise

Negociação garante anistia aos membros de grupos armados que concordarem em desocupar os prédios públicos no leste ucraniano

Andriy Deshchytsia, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia (à dir.) conversa com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e da União Europeia, Catherine Ashton, após encontro em Genebra | REUTERS / Jim Bourg
Andriy Deshchytsia, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia (à dir.) conversa com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e da União Europeia, Catherine Ashton, após encontro em Genebra (Foto: REUTERS / Jim Bourg)

O encontro diplomático desta quinta-feira (17), que reuniu representantes de Rússia, Ucrânia, União Europeia e Estados Unidos, trouxe um acordo que garante anistia aos membros de grupos armados que concordarem em desocupar os prédios públicos no Leste da Ucrânia.

"Passos iniciais para amenizar as tensões e restabelecer a segurança a todos os cidadãos foram acertados no encontro de Genebra", afirmaram os líderes em comunicado conjunto, após mais de cinco horas de discussão.

"Todas as partes devem abdicar da violência e de ações provocativas", afirmou o comunicado. "Os participantes da reunião rejeitam e condenam todas as expressões de extremismo, racismo e intolerância religiosa, incluindo manifestações antissemitas".

O acordo ressalta também que o processo constitucional anunciado pelo governo interino ucraniano será "transparente" e com base em "um amplo diálogo nacional para incluir todas as regiões ucranianas e todas as instituições políticas".

Outro acordo alcançado no encontro envolve um pedido à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) para que envie observadores ao Leste da Ucrânia com a missão de garantir o retorno da paz à região e assegurar a libertação dos detidos durante as manifestações e ocupações de prédios públicos, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

"A Rússia não tem desejo algum de enviar tropas à Ucrânia", garantiu o ministro russo à imprensa. "Seria contrário aos nossos interesses fundamentais."

Os negociadores se encontraram no mesmo hotel em que Hillary Clinton, ex-secretária norte-americana de Estado, ofereceu um simbólico "botão de reinício" a Lavrov, sinalizando o recomeço das relações entre Estados Unidos e Rússia.

Desde o início da reunião, todas as partes se mostraram dispostas a evitar confrontações. A Rússia buscou desfazer impressões de que estaria evitando cooperar na busca de uma saída diplomática para a crise ucraniana.

Os representantes norte-americanos também buscaram dar à Ucrânia a chance de realizar suas eleições presidenciais no dia 25 de maio, sem maiores interferências por parte dos russos. Já a União Europeia preferiru evitar sanções muito ampla à Federação Russa.

No entanto, o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, ameaçou a Rússia com novas sanções caso novos avanços não surjam na busca de uma solução para a crise.

"Se não tivermos progresso, haverá sanções adicionais, custos adicionais", explicou Kerry aos jornalistas.

John Kerry disse também que o Ocidente "não vai abandonar" a Crimeia, mas que a situação da península não era o tema em Genebra.

"Não a abandonaremos, mas não estamos aqui [em Genebra] para falar da Crimeia", disse o secretário, referindo-se à península anexada pela Rússia há um mês.

A chefe da Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, afirmou que o bloco vai "manter seus esforços para apoiar a Ucrânia econômica, financeira e politicamente".

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