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Os Estados Unidos têm cada vez mais suspeitas de que o Irã está envolvido na desestabilização do Iraque, já que há armas iranianas mais sofisticadas sendo apreendidas, disse uma importante fonte do Departamento de Estado na terça-feira.

Jim Jeffrey, assessor do secretário-assistente para o Oriente Médio, disse que a interferência iraniana se intensificou nos últimos meses, o que Teerã nega.

"Está crescendo, é bem assustador. Estamos recebendo fogo indireto muito mais preciso, e vemos isso como munições iranianas e também possivelmente como treinamento iraniano", disse Jeffrey à Reuters.

Segundo ele, nos últimos dois meses muitos foguetes recém-produzidos e outras "munições modernas" foram levados do Irã para o Iraque. Ele não mostrou números.

"São morteiros de vários calibres, foguetes e um melhor, como chamamos, controle de fogo", disse Jeffrey, cuja principal atribuição no Departamento é acompanhar o Irã.

Cinco iranianos foram presos em janeiro pelas forças dos EUA em Arbil, no Iraque, porque segundo Jeffrey seriam ligados à Guarda Revolucionária e envolvidos no contrabando de explosivos. O Irã afirma que os cinco são diplomatas e exige a libertação deles.

"Os detalhes das vinculações não estão claros. Ainda estamos investigando isso, mas essas são pessoas muito graduadas da Guarda Revolucionária, levantando a questão de o que estavam fazendo em Arbil", afirmou Jeffrey.

Algumas autoridades iraquianas pressionam pela libertação dos iranianos, argumentando que isso ajudaria a resolver a crise provocada pela prisão de 15 marinheiros britânicos acusados de invadir o mar territorial iraniano. Londres afirma que seus soldados estavam em águas iraquianas.

"Não vemos qualquer ligação (entre os cinco iranianos presos e os 15 militares britânicos). Este governo dificilmente ligará atos intimidadores e terroristas com a flexibilidade da nossa parte", disse Jeffrey.

Em uma reunião de vizinhos do Iraque, em março, os EUA pediram diretamente ao Irã que deixasse de interferir no Iraque. Teerã por sua vez exigiu a libertação dos cinco homens presos em Arbil e de um diplomata iraniano capturado por forças iraquianas, que foi solto na terça-feira.

Há uma reunião posterior prevista para este mês, possivelmente em Istambul e com a presença da secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice.

Especula-se que a prisão dos marinheiros britânicos esteja retardando esse encontro, mas Jeffrey afirmou que só falta definir data e local.

Falando na segunda-feira a editorialistas de jornais dos EUA, Rice disse que, sob as circunstâncias corretas, não descartaria um contato bilateral com Teerã, mas apenas se a República Islâmica aceitasse suspender seu programa de enriquecimento de urânio - que já é alvo de sanções da ONU.

Antes, Rice dizia que só encontraria representantes do Irã em um contexto multilateral.

"Foi um esclarecimento de onde ela está há algum tempo. Ela acredita que se levarmos os iranianos a aceitarem uma suspensão (de reprocessamento de urânio) estamos dispostos a conversar", disse Jeffrey.

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