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Os países europeus observam com preocupação a nova situação política na Itália, que, segundo os resultados das eleições realizadas na segunda-feira (25) e no domingo (24), fica permeada por incerteza e ameaçada pela ingovernabilidade.

O resultado já teve um impacto negativo na abertura das bolsas de valores européias nesta terça-feira (26). Iniciaram as negociações em queda os mercados de Milão (1,56%), Paris (3%), Frankfurt (2,08%) e Londres (0,44%).

A Bolsa de Tóquio fechou com perda de 2,26% e o euro também abriu em baixa, a US$ 1,3043, frente aos US$ 1,3196 da sessão anterior.

A incerteza é tal que na Alemanha já há meios da imprensa falando na possibilidade de novas eleições acontecerem, como é o caso da revista Der Spiegel, que afirma que o resultado do pleito torna o país "ingovernável".

A estabilidade do euro e a incidência dos resultados do pleito nas políticas de austeridade na Itália são motivo de grande preocupação em toda a zona do euro.

O jornal Süddeutsche Zeitung afirma que "o pleito italiano deu uma lição especial a todos os que participam da crise do euro: quem duvida perde; quem pechincha é castigado, panos quentes não valem".

Já o Frankfurter Allgemeine afirma que "poucas vezes se viu um país imerso em uma profunda crise dominado por tanto barulho espetacular", e assinala Grillo e Berlusconi como os responsáveis pela "ingovernabilidade do país".

"Metade dos italianos votou em candidatos que se apresentaram como antieuropeus de maneira agressiva. Isso, não só para a Itália, é um sinal de alarme", assinala o jornal.

No Reino Unido, a preocupação com o futuro econômico da eurozona aparece refletida no jornal Financial Times, que ressalta que os italianos deram um "basta" às medidas de austeridade devido à queda dos salários e das pensões e ao forte aumento do desemprego.

O diário The Guardian diz que o ponto morto no qual se encontra a Itália faz os países da eurozona "tremerem" e gera a tensão pela possibilidade de o programa de austeridade do primeiro-ministro demissionário, Mario Monti, ficar "paralisado".

O The Times traz nesta terça-feira o título de "Temor para a eurozona", e acrescenta que o resultado do pleito "ameaça a estabilidade" na região.

Na França, o jornal Libération fala de "fratura à italiana: uma esquerda claramente vitoriosa na Câmara e sem maioria no Senado, e o país se encontra de novo em uma situação frágil e ingovernável".

O vespertino Le Monde indica que a Itália se encontra em um "beco sem saída" e ressalta que "o único vencedor verdadeiro é Beppe Grillo e seu Movimento 5 Estrelas", que soube usar como arma de sedução "o sofrimento, a rejeição à classe política, a cólera contra a austeridade e a desconfiança com relação à Europa".

Na Alemanha, alvo das críticas de Silvio Berlusconi durante a campanha eleitoral, são desancadas as figuras do político de centro-direita e também a do comediante Beppe Grilo.

O diário Süddeutsche Zeitung diz que "não entendemos a simples mensagem dos eleitores italianos nas urnas. Dois comediantes se apresentaram ao pleito e são premiados por seus gritos caluniosos: Silvio Berlusconi e Beppe Grillo".

Na mesma linha, o Die Welt afirma que "a Itália aposta no teatro de ilusões, e dá medo que esse comediante (Berlusconi) não tenha sido castigado pelo eleitorado" por suas promessas impossíveis de cumprir.

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