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Crise

Evo expulsa construtora brasileira da Bolívia

Governo boliviano acusa Queiroz Galvão de cometer falhas na construção de uma rodovia no país

Indígenas bolivianos marcham perto de cidade de Ayo Ayo; Congresso vota hoje convocação do referendo | Gaston Brito/Reuters
Indígenas bolivianos marcham perto de cidade de Ayo Ayo; Congresso vota hoje convocação do referendo (Foto: Gaston Brito/Reuters)

Brasília - O presidente da Bolívia, Evo Morales, expulsou ontem a construtora brasileira Queiroz Galvão do país. O impasse entre o governo boliviano e a construtora sobre os reparos na rodovia Tarija-Potosí dura mais de um ano. A confirmação da expulsão foi divulgada na noite de ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Apesar da crise da empresa brasileira no país vizinho, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém intacta a agenda para receber no dia 29, em Brasília, o ministro de Obras Públicas, Oscar Coca. Ele vem pedir um financiamento de US$ 230 milhões para a construção de uma rodovia que ligará La Paz ao norte do Brasil.

Nesta semana, o presidente boliviano, Evo Morales, rejeitou a demanda da empreiteira brasileira de aumentar em US$ 50 milhões o valor da obra de conserto de duas rodovias e negou-se a receber diretores da Queiroz Galvão para negociar um acordo definitivo de prestação de serviços. Fontes do governo brasileiro acreditam que o pedido de aumento deu à equipe de Evo o argumento de que precisava para cancelar os trabalhos da companhia.

Empréstimo

Evitando politizar as discussões em torno de contratos comerciais e dos problemas nas obras envolvendo a empresa brasileira, o governo Lula vai negociar o novo empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o ministro Oscar Coca dentro de um programa de compensação pelo combate ao cultivo da folha da coca. O ministro boliviano terá encontros com os colegas brasileiros da Fazenda, Guido Mantega, e dos Transportes, Alfredo Nascimento.

O presidente Evo também receberá em La Paz, nos dias 3 e 4, a missão chefiada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, que vai oferecer reduções nas tarifas de importação de produtos têxteis bolivianos.

A oferta tem como objetivo compensar as perdas que a Bolívia acumulará por ter abandonado o programa de combate ao cultivo da coca. A decisão de La Paz levou os EUA a ameaçar retirar do país seu programa de preferências tarifárias.

A decisão do governo Evo de enfrentar a Queiroz Galvão coincide com o acirramento da crise política interna, causada pela polarização entre o governo e a oposição sobre o conteúdo da nova Constituição.

Está marcada para hoje a votação, no Congresso Nacional, da convocação de um referendo popular sobre a Carta.

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Interatividade

Qual deve ser a posição do governo Lula em relação aos países que expulsam empresas brasileiras?

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