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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales discursa durante uma mobilização do partido governista boliviano em Sacaba (Bolívia).
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales discursa durante uma mobilização do partido governista boliviano em Sacaba (Bolívia).| Foto: EFE/Jorge Abrego

O ex-presidente boliviano Evo Morales reforçou nesta quinta-feira (16) sua denúncia de que existem "planos intervencionistas" dos Estados Unidos e uma "ambição" pelos recursos naturais da Bolívia, especialmente o lítio, depois que a embaixada americana em La Paz rechaçou essas acusações, alegando que são "afirmações infundadas".

“Ratificamos a denúncia sobre os planos intervencionistas e a ambição saqueadora dos EUA sobre nossos recursos naturais, especialmente o lítio”, escreveu Morales em sua conta no Twitter.

O ex-presidente boliviano questionou que o encarregado de negócios interino da embaixada americana na Bolívia, Jarahn Hillsman, fale em uma "ordem global", enquanto a chefe do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, menciona um "triângulo de lítio".

"Se seu encarregado de negócios na Bolívia quer negar seu plano intervencionista, que desminta primeiro a chefe do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, que revelou seu plano em 8 de março perante a Comissão de Serviços Armados da Câmara dos Representantes" dos EUA, enfatizou Morales.

O ex-presidente boliviano denunciou na terça-feira (14) um suposto "plano intervencionista" por meio do Comando Sul dos EUA na Bolívia e "países irmãos" com a "desculpa de garantir a democracia e a segurança".

Morales baseou suas denúncias em declarações recentes de Richardson sobre as reservas de lítio de Argentina, Bolívia e Chile e como os "adversários" dos EUA estão "subtraindo" esses recursos naturais.

A embaixada americana em La Paz disse na quinta-feira em um comunicado que "respeita plenamente a soberania dos países e seu direito de desenvolver seus recursos naturais”.

Além disso, rechaçou as "afirmações infundadas" de que planeja intervir na Bolívia ou em outros países da região para se apropriar de seus recursos naturais.

"Quero que o povo boliviano saiba que esta suposta negação esconde a reação do império contra aqueles que defendem a soberania do povo boliviano sobre seus recursos naturais. Não temos medo. Lutaremos sempre com a verdade e com dignidade", afirmou Morales.

O ex-presidente lembrou ainda que os Estados Unidos foram o primeiro país a "reconhecer o governo de fato de Jeanine Áñez" na Bolívia em 2019 e que é o país que dá "refúgio aos assassinos do povo".

O atual partido governista na Bolívia alega que em 2019 houve um "golpe" contra Morales, enquanto a oposição sustenta que os protestos que levaram à sua renúncia se deveram a fraudes a seu favor nas eleições anuladas daquele ano.

O lítio esteve em foco após a saída de Morales da presidência, já que o ex-mandatário garantiu várias vezes que foi forçado a renunciar devido a um "golpe de Estado" promovido contra ele por interesses como os dos Estados Unidos sobre este recurso boliviano.

La Paz e Washington mantêm suas relações apenas no nível de encarregados de negócios, já que em 2008 Morales expulsou o então embaixador dos EUA, Philip Goldberg, e a Agência Antidrogas dos EUA (DEA), acusando-os de uma suposta conspiração contra seu governo.

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