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Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente Donald Trump, sai do tribunal federal em Nova York, em 29 de novembro de 2018 | Drew Angerer / AFP
Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente Donald Trump, sai do tribunal federal em Nova York, em 29 de novembro de 2018| Foto: Drew Angerer / AFP

O ex-advogado de Donald Trump, Michael Cohen, se declarou culpado nesta quinta (29) de ter prestado declarações falsas ao Congresso no âmbito das investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.

Durante audiência em uma corte federal em Manhattan, em Nova York, Cohen afirmou que mentiu em relação a um projeto imobiliário que a Organização Trump buscava construir em Moscou. Os esforços para levar a proposta adiante ocorreram em meio à campanha presidencial. 

Esse é um dos focos da investigação do procurador especial Robert Mueller, encarregado das apurações sobre os elos entre Moscou e a campanha vitoriosa do último pleito presidencial. Com isso, a Procuradoria se aproxima ainda mais do círculo íntimo do presidente. 

"Eu fiz essas declarações incorretas para serem consistentes com a mensagem política do indivíduo 1 e em lealdade ao indivíduo 1", afirmou na corte durante a manhã, referindo-se a Trump. O réu não falou com a imprensa ao sair do local. 

Trump tem negado a acusação desde o início, afirmando que não manteve negociações empresariais com a Rússia na época. Em julho de 2016, escreveu em uma rede social que tinha "ZERO investimentos" no país. 

O ex-advogado do republicano já havia se declarado culpado de oito acusações criminais em agosto, entre elas de violação de regras de financiamento de campanha, evasão fiscal e fraude bancária. A acusação relacionada à campanha diz respeito ao pagamento do silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels e da ex-modelo da Playboy Karen McDougal, que teriam se relacionado sexualmente com Trump. 

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Ao se declarar culpado e continuar a cooperar com a equipe de Mueller, o ex-advogado sinaliza que espera receber uma sentença mais branda pelos crimes dos quais é acusado. A sentença sobre as violações admitidas em agosto será revelada em 12 de dezembro. 

Cohen havia afirmado para investigadores que o empreendimento de Trump na Rússia estava nos estágios iniciais no fim de 2015 e que as obras foram interrompidas em janeiro de 2016. O imbróglio o levou a enviar um email para um assessor do presidente russo, Vladimir Putin, solicitando ajuda. 

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Apesar de ter dito que nunca recebeu um retorno e que o projeto foi parado, uma troca de emails revelada pelo jornal The Washington Post mostrou que Cohen manteve contato com Felix Sater, incorporador russo que estava prestando auxílio ao projeto, em 2016. 

Em junho do mesmo ano, Sater o convidou para participar de uma conferência econômica em São Petersburgo, garantindo que seria apresentado ao primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, e talvez até mesmo a Putin, segundo o Washington Post. 

Cohen trabalhou como advogado de Trump e de sua empresa imobiliária por uma década. Após as eleições, se tornou o advogado pessoal do republicano. 

Nos últimos meses, deixou o papel de assessor leal e disse que a sua consciência pedia que revelasse a verdade sobre Trump. Antes das eleições legislativas, incentivou o público a votar nos democratas, afirmando que poderia ser a votação mais importante de suas vidas.

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