
Curitiba "Me sinto indubitavelmente negro em tudo." Essa foi a reação do cantor Djavan ao receber o resultado dos exames do seu DNA feitos a pedido da BBC Brasil como parte do projeto Raízes Afro-Brasileiras.
Ao contrário do que foi constatado na análise da composição genética da ginasta Daiane dos Santos, do sambista Neguinho da Beija-Flor e da atriz Ildi Silva, as raízes do músico Djavan são predominantemente africanas. De acordo com o estudo, Djavan tem 65% de genes africanos, 30,1% europeus e apenas 4,9% ameríndios.
"Eu fui criado sob a cultura negra, tenho total a coisa do sangue negro, da veia negra na minha vida", contou o artista, que foi criado pela mãe "uma negra linda com a cultura africana no sangue".
Quanto aos 30% de ascendência européia indicados no exame, Djavan disse que já esperava ter uma alta carga de genes vindos da Europa porque sabia que seu pai era descendente de holandeses.
"Meu pai era louro de olhos azuis", disse o cantor. "Se eu tivesse saído com os olhos azuis, não teria sido nenhuma aberração."
"Só achei um pouco baixa a parte índia. Pensei que fosse de 10% a 15%. Tenho um pouco de índio também, eu sinto", lamentou.
Outro que ficou feliz com o seu "lado negro" foi o cantor Seu Jorge. O músico carioca tem 12,9% de genes europeus e 85,1% de genes africanos, indicam exames de DNA.
"Tinha muita esperança de ser 100% negro. Se fosse, eu ia pedir uma indenização muito pesada nesse país, mas sou filho dos culpados também", disse o músico .



