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OEA suspende país e pede "revisão’’ de relações

Folhapress

Washington - A Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu em Assembleia Extraordinária suspender Honduras. A medida foi aprovada por unanimidade pelos 33 membros presentes na reunião e representa uma resposta ao golpe de Estado do último dia 28, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por militares.

A base para a suspensão do país foi a Carta Democrática Interamericana. O documento permite a suspensão imediata em casos de ruptura da ordem democrática e fracasso de iniciativas diplomáticas, desde que conte com a aprovação de ao menos dois terços dos países-membros.

Esta é a segunda vez que um país é suspenso da OEA. O primeiro foi Cuba em 1962 como uma sanção pela aliança político-militar entre a ilha e a extinta União Soviética. No mês passado, a medida foi revogada.

A reunião, que começou no início da tarde de sábado e se estendeu até a madrugada de domingo, foi marcada pela discussão em torno de medidas adicionais em relação a Honduras.

A resolução diz que o país continua obrigado a cumprir suas obrigações como membro, especialmente as relacionadas aos direitos humanos. Reforça ainda que a OEA não reconhecerá outro governo.

A suspensão significa na prática que o país não poderá mais participar de reuniões e nem discutir políticas de cooperação de âmbito regional do organismo.

  • Entenda a crise
  • Defensores de Zelaya protestam no aeroporto de Tegucipgalpa, capital hondurenha: Exército não permitiu pouso de avião que trazia o presidente deposto

Tegucigalpa - O avião que levava ontem o presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, não pode pousar em Tegucigalpa, capital do país. O Exército bloqueou a pista para impedir o pouso da aeronave, que seguiu para Manágua, capital da Nicarágua.

Outro avião que acompanhava Zelaya, levando a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, o presidente do Equador, Rafael Correa, e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, seguiu para El Salvador.

Em entrevista à Telesur, Zelaya relatou que o pouso era "totalmente impossível" porque havia caminhões do Exército espalhados pela pista.

Morte

Grupos de policiais e soldados estavam estacionados na pista e no perímetro do aeroporto enquanto dezenas de milhares de simpatizantes de Zelaya protestavam nas proximidades. Pelo menos uma pessoa morreu durante os confrontos entre as forças de segurança e simpatizantes do presidente deposto. Foi a primeira morte desde que Zelaya foi deposto, há oito dias. Outros três manifestantes ficaram gravemente feridos, segundo jornalistas presentes no local.

Desde as primeiras horas da manhã, os manifestantes começaram a se reunir nos arredores da Universidade Pedagógica. Dali, iniciaram uma marcha em direção ao aeroporto internacional de Tegucigalpa. Por volta do meio-dia, já chegavam a vários milhares.

No início da tarde, a poucas quadras do aeroporto, a marcha foi retida durante cerca de uma hora por uma barreira policial. Após negociações entre os organizadores e as forças de segurança, a marcha foi autorizada a passar, ocupando todas as vias de acesso.

Por volta das 16 h, perto do horário previsto para a aterrissagem de Zelaya, manifestantes entraram em confronto com policiais e militares que faziam a segurança do aeroporto.

Em Tegucigalpa, apenas duas emissoras, o canal 11 e a CNN, transmitiam as imagens do confronto. Por volta das 16h30 locais, no entanto, o governo tirou todos os canais do ar. Nas emissoras locais, foi retransmitida uma entrevista com Micheletti, realizada horas antes.

Nessa entrevista, Micheletti acusou a Nicarágua de enviar tropas até a fronteira com o país, afirmação negada pelo presidente Daniel Ortega, aliado de Zelaya.

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