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O Exército do Líbano levantou o toque de recolher em Beirute nesta sexta-feira, mas escolas e universidades continuaram fechadas um dia depois dos conflitos entre sunitas e xiitas.

O tráfego começou a voltar às ruas dos bairros sunitas de Beirute depois do fim do toque de recolher, às 6h (02h de Brasília), mas algumas pessoas temem mais violência.

Foi a primeira noite com toque de recolher em Beirute desde o fim da guerra civil de 1975 a 1990.

"É muito ruim. Vai ser como no Iraque", disse um verdureiro em uma região da capital onde vivem sunitas e xiitas.

"Deus amaldiçoe quem começou isso", foi a manchete do jornal As-Safir.

Quatro pessoas morreram vítimas de tiros nos conflitos de quinta-feira entre ativistas pró e contra o governo. Cerca de 200 ficaram feridos durante a violência que surgiu devido a discussões entre estudantes em uma universidade de Beirute. Alguns pedestres foram golpeados com base em sua identidade sectária, disseram testemunhas. Entre os quatro mortos há dois estudantes xiitas do Hezbollah e um simpatizante do governo liderado por sunitas.

O embaixador dos Estados Unidos em Beirute, Jeffrey Feltman, disse que a situação tornou-se "muito perigosa" e que mais uma vez a Síria está envolvida. Os norte-americanos apóiam o primeiro-ministro libanês Fouad Siniora contra o Hezbollah e seus aliados xiitas e cristãos.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, emitiu uma ordem religiosa (fatwa, em árabe) mandando seus simpatizantes saírem das ruas. O líder sunita Saad al-Harir exortou seus seguidores a manterem a calma.

"Peço para todos voltarem à voz da razão", disse Siniora, de Paris. Ele está em uma conferência de ajuda para as abaladas finanças do Líbano e para reparar danos sofridos na guerra do ano passado entre Israel e o Hezbollah.

O embaixador dos EUA apontou para a Síria, principal aliada do Hezbollah, ao lado do Irã.

"A história mostrou que forças exteriores, com a Síria, já fizeram isso antes. E não posso dar evidência sólida, mas certamente é possível apontar que as mãos da Síria estão trabalhando novamente", disse ele no canal de televisão Al-hurra, financiado pelos EUA.

A oposição lançou protestos na terça-feira que paralisaram a maior parte do Líbano e provocaram a violência. Três pessoas morreram e 176 ficaram feridas.

A greve geral intensificou a campanha de protestos de rua iniciada no dia 1o. de dezembro, quando a oposição armou um acampamento perto do gabinete de Siniora, no centro de Beirute, para exigir poder de veto no governo e eleições parlamentares antecipadas.

Siniora e seu principal aliado, Hariri, que lidera a maioria parlamentar, recusam-se a aceitar as exigências.

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