• Carregando...

Explosões de bomba em dois ônibus numa região cristã do Líbano mataram nesta terça-feira pelo menos três pessoas e deixaram cerca de 17 feridos, um dia antes do aniversário do assassinato do ex-premier Rafik al-Hariri.

Fontes de segurança tinham dito anteriormente que o número de mortos chegava a onze. Um porta-voz da polícia disse que o número de três mortos é preliminar e que pode aumentar.

Fontes do governo disseram que a maioria das vítimas estava em ônibus públicos que levavam pessoas para trabalhar em Beirute, a partir da região de Bikfaya, cidade natal do ex-presidente Amin Gemayel, cujo filho foi assassinado a tiros em novembro.

Fontes de segurança disseram que as explosões destruíram os ônibus e outros veículos numa estrada na montanha, a cerca de 24 quilômetros a nordeste de Beirute.

Havia poças de sangue ao lado de um microônibus que teve o teto destruído.

Havia também partes de corpos espalhadas a até 50 metros do local da explosão. Quando a primeira bomba explodiu, o motorista do segundo ônibus parou e saiu. Seu veículo explodiu em seguida, disseram fontes de segurança.

O motorista do primeiro ônibus morreu. O do segundo ficou ferido, acrescentaram as fontes.

A tensão vem aumentando no Líbano desde o mês passado, quando simpatizantes e oponentes do governo apoiado pelo Ocidente enfrentaram-se nas ruas, deixando nove mortos.

Grupos pró-governo planejaram uma missa pública em memória de Hariri na Praça do Mártires, em Beirute, na quarta-feira, apesar do temor de atrito com simpatizantes da oposição que estão acampados perto do local desde 1º de dezembro, como parte de uma campanha para derrubar o gabinete anti-Síria.

O ministro do Interior do Líbano, Hassan al-Sabaa, disse que informações iniciais indicam que as bombas explodiram dentro dos microônibus.

Uma fonte do governo disse que não foi descartada a possibilidade de uso de homens-bomba e investigadores foram ao local, que foi isolado por policiais e soldados.

São os primeiros ataques desde o assassinato de Gemayel, ministro da indústria do governo de Fouad Siniora, que há meses trava uma luta de poder com a oposição liderada pelo grupo islâmico Hizbollah.

Foram registrados 15 ataques contra políticos, jornalistas e locais públicos no Líbano desde a morte de Hariri, em 14 de fevereiro de 2005. Muitos libaneses atribuem os ataques à Síria, que nega participação. Uma investigação da ONU ainda não apresentou suas conclusões.

- É um ato terrorista de um novo tipo, com objetivo de manchar o segundo aniversário do assassinato do mártir Hariri - disse o parlamentar anti-Síria Samir Franjieh.

Karim Pakradouni, líder do Partido Falangista, de Gemayel, disse que é hora de os libaneses se unirem.

- A maldição sobre o Líbano ainda não terminou. Mensagens políticas no mundo são transmitidas verbalmente, ou por escrito. No Líbano, são escritas com sangue - disse ele.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]