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O Comando do Exército divulgou na tarde desta sexta-feira (15) a lista dos 16 militares que desembarcaram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Eles foram feridos na terça-feira (12) durante o terremoto ocorrido no Haiti.

Seis militares com ferimentos de menor gravidade permanecem no aquartelamento, um militar continua baixado no Hospital Argentino, em Porto Príncipe, e dois em hospital na República Dominicana. As buscas aos quatro militares desaparecidos continuam.

Leia a seguir a lista de nomes dos militares que desembarcaram em Cumbica:

- Tenente coronel Alexandre José dos Santos; - Capitão Renan Rodrigues de Oliveira; - 1º Tenente Rafael Araújo de Souza; - 1º Sargento Rômulo Cesar de Miranda Carvalho; - 3º Sargento Tareck Souza de Pontes; - 3º Sargento Gilberto Emílio Marafon; - 3º Sargento Willians Mendes Pereira; - 3º Sargento Carlos Alberto Fonseca; - Cabo Adriano de Barros Cavalcante; - Cabo Eugenio Pesaresi Neto; - Cabo Lauis Paulo das Chagas Lima; - Cabo Carlos Michael Pimentel de Almeida; - Cabo Alcibiades Orlando dos Santos Ferreira; - Soldado Daniel Coelho da Silva; - Soldado Diovani de Souza Silva Thomaz; e - Soldado Welington Soares Magalhães.

Atentado

O cabo Carlos Pimentel de Almeida disse, nesta sexta-feira (15), após chegar ao Brasil, ter pensado que estava ocorrendo um atentado em Porto Príncipe, capital do país da América Central.

"Pensei que fosse um atentado", disse o cabo, que faz parte do 5º Batalhão de Infantaria Leve de Lorena, no interior de São Paulo. "Até agora não consegui entender o que aconteceu, porque eu fiquei vivo e meus amigos não", disse.

Ele descreveu como foi o terremoto. "Soterrou tudo, não teve como pegar nada", disse Almeida, que contou ter sido atingido na cabeça por um pedaço de laje. O militar também descreveu a frustração que tomou conta de todos diante do tamanho da tragédia. "Não tinha nada que a gente pudesse fazer, a gente queria fazer e não conseguia."

Apesar disso, Almeida afirmou que gostaria de retornar na primeira oportunidade "para poder ajudar a população do Haiti".

De volta ao Brasil, os militares que estavam no Haiti terão de ficar um período isolados, em quarentena, em um hospital militar, para evitar a possível transmissão de doenças contagiosas, como malária. "É um procedimento padrão (a quarentena), não é devido ao terremoto no país", explicou o general Eduardo Segundo Liberali Wizniewsky, comandante da 2ª Região Militar.

Depois disso, eles deverão passar por avaliação médica e psicológica antes de receberem alta. Só então serão liberados para ir para casa. O cabo Almeida garantiu que irá visitar os familiares dos amigos e companheiros de farda que morreram no terremoto. "Vou na casa dos familiares dos amigos que eu perdi para falar com cada um deles", garantiu.

Segundo o general Liberali, o prazo de permanência do contingente que se encontra no Haiti iria vencer no próximo dia 29. "Há um rodízio dos contigentes a cada seis meses. No próximo dia 29, completaria o período deste contigente, mas por conta desta situação de emergência não podemos deixar o Haiti agora. Mas vai haver a troca assim que possível", explicou.

Por isso, o retorno de militares para ajudar na reconstrução do Haiti não depende apenas de liberação médica, de acordo com o comandante. "Um outro contigente de outra região deverá seguir para o Haiti", disse. Segundo o general, quatro oficiais seguem desaparecidos e outros dois, apesar de feridos levemente, optaram por permanecer no país.

Os corpos dos brasileiros mortos foram embalsamados e depositados em caixões lacrados. De acordo com o general, eles começarão a ser trazidos de volta ao Brasil a partir de domingo. "Todas as famílias estão sendo amparadas", finalizou.

Avaliação preliminar

O médico do Exército que atendeu os feridos ainda a bordo da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fez uma primeira avaliação dos militares. "O estado deles, no geral, é bom. Eles passarão por um rastreamento para verificar traumas cranianos e farão exames de sangue e tomografia", disse o major Carlos Pama. "Há vários casos de fraturas e escoriações, mas que já estão sendo atendidos por nossa equipe médica", complementou o oficial. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) saiu do país da América Central pouco antes das 6h desta manhã. De acordo com o Exército, os militares serão levados para o Hospital Militar, que fica no Cambuci, no Centro da capital paulista, onde ficarão em quarentena. Segundo o Exército, o procedimento é padrão quando os militares retornam do exterior e dura normalmente uma semana.

Dois dos feridos saíram do local em uma ambulância. Os outros foram colocados em um ônibus - dois deles estavam em cadeiras de rodas.

Após deixar os feridos em São Paulo, o avião deve seguir para o Rio de Janeiro, onde vai ser abastecido com mais equipamentos, e parte às 17h para o Haiti, levando mais mantimentos, equipamentos e pessoal especializado em salvamentos para a ajuda humanitária às vítimas e para os militares das Forças de Paz.

Até agora, foram enviados seis aviões brasileiros para a capital do Haiti, Porto Príncipe. Oficialmente, o Exército brasileiro diz que 14 militares morreram no Haiti e quatro estão desaparecidos. Entretanto, o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, disse que é um eufemismo (uma maneira de suavizar a expressão) falar em sobreviventes neste momento. Portanto, o número de mortos chegaria a 18.

O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti na última terça-feira (12) danificou ou destruiu grande parte dos hospitais e centros médicos da região da capital Porto Príncipe, fazendo com que o já precário sistema de saúde haitiano desmoronasse de vez.

A Cruz Vermelha do Haiti anunciou nesta quinta que estima entre 45 mil e 50 mil o número de mortos pelo terremoto que devastou o país na terça-feira. Segundo a entidade, há pelo menos três milhões de feridos ou desabrigados.

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