Comerciais de cosméticos na Ásia estão usando uma dura estratégia para vender produtos de clareamento de pele masculinos, informa a CNN. Em um anúncio de TV, dois homens, um com a pele escura e o outro com pele clara, conversam em uma varanda. O de pele escura olha para o amigo e diz, em Hindi, "eu não tenho sorte por causa do meu rosto". Ao que o amigo de pele clara responde: "não por causa do seu rosto, mas por causa da cor dele". E joga em sua direção um creme clareador. Esse é apenas um dos diversos comerciais direcionados a homens paquistaneses e indianos em que, ao final, o ator de pele escura aparece com a pele vários tons mais clara e consegue a garota de quem estava a fim.
Os comerciais estão mandando uma mensagem nada subliminar aos homens asiáticos: tenha uma pela mais clara e você terá a mulher e o trabalho dos seus sonhos. Ou pelo menos será notado.
"Nós sempre temos um complexo em relação à pele branca e pele ou cabelo estrangeiro", disse Jawed Habib, proprietário de uma rede de 140 salões de beleza na Índia e em outros países.
Os clareadores de pele que antes eram voltados apenas para mulheres, agora também fazem sucesso entre os homens. E muitas das marcas que vem fazendo esse tipo de propaganda é conhecida no mundo todo, como Nivea e Garnier.
Uma pesquisa de marketing revelou que as vendas de produtos clareadores de pele aumentaram mais de 100% na Índia rural e os cosméticos masculinos em geral, 20% anualmente.
Mas em um país onde a maior parte da população tem a pele escura, a mensagem que está sendo enviada a homens e mulheres vem provocando revolta. Brinda Karat, integrante do parlamento indiano que fez queixas formais às autoridades sobre os comerciais, diz que os anúncios estão simplesmente jogando em cima de um estigma social que já existe na Índia.
"Basicamente, se você precisa de um trabalho precisa ter pele branca. Se quer um bom parceiro, um companheiro precisa de pele e branca, o que você parece sempre conseguir após usar o creme. Eu acho que é completamente racista e altamente censurável", disse Brinda à CNN.



