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Estados Unidos

Faltam horas para o “abismo”

Representantes democratas e republicanos buscavam ontem votação de última hora para evitar a queda no “abismo fiscal”, prevista para amanhã

Reflexo do Capitólio em poça de água, em Washington: Obama e o Congresso buscam acordo | Karen Bleier/AFP
Reflexo do Capitólio em poça de água, em Washington: Obama e o Congresso buscam acordo (Foto: Karen Bleier/AFP)

Líderes do Senado seguiam buscando ontem um acordo de última hora para evitar o abismo fiscal nos Estados Unidos. O presidente Barack Obama, que advertiu no sábado que a falha em alcançar um acordo poderia ameaçar a recuperação econômica da nação, apareceu na tevê abordando novamente o assunto.

Representantes democratas e republicanos no Senado não chegaram a um acordo ontem e se reúnem mais uma vez hoje, dia derradeiro para que encontrem um consenso.

Em entrevista ao programa Meet the Press, transmitido ontem pela rede de televisão NBC, Obama disse que a economia americana será duramente afetada em 2013 caso o Congresso não chegue a um acordo sobre o abismo fiscal até hoje.

O fracasso nas negociações também pode provocar estresse nos mercados financeiros em janeiro. Obama afirmou que a resistência dos republicanos em aumentar os impostos para os americanos mais ricos vai levar a uma alta de tributos para toda a classe média dos EUA e afetar a economia do país em 2013.

No sábado, Obama criticou os parlamentares, em seu programa semanal de rádio e internet, por esperar até o último minuto para tentar evitar o abismo fiscal, mas destacou que ainda há tempo para fechar um acordo. "Nós não podemos deixar disputas políticas de Washington ficarem no caminho do progresso da América", afirmou. Obama disse ainda que o país "não pode suportar uma ferida politicamente autoinfligida à nossa economia".

Obama afirmou que essa alta de tributos vai diminuir o consumo da classe média e afetar toda a economia americana em 2013. "O que o Congresso precisa fazer é impedir que as taxas subam para 98% dos americanos", disse ao jornalista e apresentador do programa da NBC, David Gregory.

A proposta de Obama é que esse aumento de tributo se concentre para quem tem renda anual acima de US$ 250 mil por ano. Mas a oposição republicana quer uma faixa maior, acima de US$ 1 milhão. Por isso, não se chegou a um consenso faltando pouco mais de um dia para o término do prazo para um acordo. Na entrevista, Obama afirmou que a culpa é dos republicanos. O presidente disse que, ao longo das negociações, fez algumas concessões que irritaram até seus colegas de partido, mas que foram recusadas pelos republicanos.

Em resposta à entrevista, o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner, disse que Obama deve liderar, e não atribuir culpas. Ele disse que os comentários de Obama são irônicos, já que "um tema recorrente de nossas negociações foi sua relutância em concordar com qualquer coisa que exigisse que ele confrontasse o próprio partido".

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