O movimento Fatah, liderado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, rejeitou formar um governo de união nacional com outras facções antes da votação na ONU sobre o status da Palestina como Estado não membro, neste mês, em data a ser definida.
Na semana passada, o primeiro-ministro, Salam Fayyad, apresentou um plano aos líderes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) para a formação de um Executivo mais plural, informou a agência palestina "Maan".
Nesta sexta-feira (2), um dos membros do Comitê Executivo da OLP, Mahmoud Al-Aloul, deixou claro que o "Fatah não concorda com formar um governo de união nacional porque a situação não é a apropriada e não permite mudanças".
"Agora estamos ocupados com o assunto da ONU, incluindo as ameaças que recebemos. É um desafio que estamos assumindo apesar das objeções de grandes forças, lideradas pelos Estados Unidos, que estão nos pressionando intensamente e talvez nos bloqueiem economicamente e cortem nossas ajudas", disse à "Maan".
Outro membro do Comitê, Hana Amira, disse que o debate da proposta de Fayyad foi adiado até a votação sobre o reconhecimento da Palestina como Estado não membro pela Assembleia-Geral, cuja aprovação se dá quase como certa.
A entrada do grupo islamita Hamas no Executivo palestino provavelmente reduziria o número de apoios na ONU.
Amira sugeriu que o Executivo unitário poderia se tornar realidade após a votação, dada a necessidade de uma política conjunta das facções palestinas perante as possíveis represálias que Israel e as potencias ocidentais pudessem fazer pela decisão e a crise econômica que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) atravessa.
A formação de um governo de unidade foi estipulada já no ano passado no Cairo pelos líderes dos dois principais movimentos palestinos, Fatah e Hamas, em intenso conflito desde 2007.
O pacto não se materializou desde então pelas divergências entre os dois, que controlam partes do território palestino: o Fatah, a Cisjordânia, e o Hamas, Gaza.
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