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O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, durante audiência no Capitólio em Washington, DC, EUA, 17 de maio de 2022.
O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, durante audiência no Capitólio em Washington, DC, EUA, 17 de maio de 2022.| Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW

Anthony Fauci, médico e principal assessor sobre a Covid-19 do presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (22) que deixará o cargo em dezembro.

Em nota, Fauci disse que renunciará à função de conselheiro médico, assim como ao cargo de diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês), que ocupou por 38 anos.

Ele é funcionário do governo americano há 50 anos e indica que quer seguir outro caminho na carreira. "Não estou me aposentando", disse o médico de 81 anos.

"Quero usar o que aprendi como diretor do NIAID para continuar avançando na ciência e na saúde pública e para inspirar e orientar a próxima geração de líderes científicos", declarou Fauci no comunicado.

Controvérsias

Ele se tornou um dos principais adversários do ex-presidente Donald Trump durante os primeiros anos da pandemia, quando o médico pedia por uma reabertura econômica mais lenta, pela exigência do uso de máscara e pela obrigatoriedade da vacina contra o coronavírus.

A atuação de Fauci como burocrata da ciência tem sido alvo de críticas desde a epidemia de AIDS, nos anos 1980. No ano passado, o serviço de streaming Disney+ publicou um documentário na maior parte laudatório a respeito da carreira do cientista, passando a impressão de que ele teria se reconciliado com ativistas contrários às suas decisões na época.

Foi também uma importante figura nas negociações que aceleraram a produção das vacinas para Covid-19 baseadas em mRNA. Um dos erros que ele reconhece na sua atuação durante a pandemia foi o de ter ignorado transmissões entre portadores assintomáticos do vírus SARS-CoV-2 e por isso ter seguido a política inicial da Organização Mundial da Saúde de não recomendar o uso de máscaras.

Em sabatinas no Congresso americano, com frequência Fauci entrou em rusgas com o senador Rand Paul, do Partido Republicano. Paul levanta suspeitas sobre a atuação do chefe do NIAID em uma rápida decisão de descartar a hipótese da possível origem laboratorial do novo coronavírus em março de 2020, e a respeito da falta de informações a respeito de quantas autoridades públicas de saúde envolvidas no processo decisório de aprovação das vacinas recebem royalties das tecnologias empregadas. Fauci diz que recebe valores irrisórios por propriedade intelectual associada ao assunto.

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