Após intensa batalha judicial contra a Apple, o FBI acabou recorrendo a hackers profissionais para driblar o sistema de segurança do iPhone usado por um terrorista, informou o “Washington Post”.
De acordo com o jornal americano, os hackers identificaram uma falha até então desconhecida do software do telefone (no caso, o iOS 9 do iPhone 5C).
Com essa informação em mãos, foi criada uma peça de hardware que ajudou o FBI (polícia federal americana) a burlar a senha de quatro dígitos do telefone sem disparar uma ferramenta que apagaria toda a informação armazenada no aparelho após sucessivas tentativas fracassadas, publicou o jornal, nesta quarta-feira (13), citando fontes não identificadas.
Os hackers receberam um pagamento único pelo serviço, continua o jornal.
Por semanas, por meio da Justiça e pressões junto à opinião pública, o governo americano tentou convencer a Apple a criar um software para que fosse possível driblar a senha de segurança do telefone sem apagar os dados.
O telefone em questão é um iPhone 5C usado pelo terrorista Syed Rizwan Farook, responsável, ao lado da mulher Tashfeen Malik, pela morte de 14 pessoas em um ataque em San Bernardino (Califórnia), em dezembro.
A Apple se recusou a forçar o acesso ao telefone, afirmando que o novo software seria um grave risco à privacidade do usuário. Várias lideranças do mercado de tecnologia apoiaram a posição da empresa.
No final do mês passado, no entanto, o governo americano disse que não precisava mais da ajuda da Apple, pois tinha conseguido acessar o telefone por conta própria.
O “Washington Post” afirma que pelo menos uma das pessoas envolvidas em quebrar o esquema de segurança do telefone pertence a uma categoriza cinzenta de hackers: aqueles que identificam falhas e vendem essa informação, por exemplo, a governos ou empresas do ramo de monitoramento.
Enquanto o FBI tentava desviar dos sistemas de proteção do iPhone, a Apple já trabalhava para criar um novo aparelho resistente a esse tipo de drible.
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