Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
"Justiça no esporte"

Federação de Atletismo restringe categoria feminina a atletas com sexo biológico comprovado

Federação Internacional de Atletismo exigirá teste para confirmar sexo biológico de atletas femininas
O presidente da Federação Internacional de Atletismo, Sebastian Coe, em 2023 (Foto: EFE/EPA/Zoltan Balogh )

Ouça este conteúdo

A Federação Internacional de Atletismo vai exigir que atletas que queiram competir na categoria feminina façam um teste para confirmar se são biologicamente do sexo feminino. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (25), após uma reunião do conselho da entidade, na China.

O objetivo, segundo a federação, é proteger a “justiça nas competições” e “garantir que apenas mulheres de nascimento possam competir com outras mulheres”.

“É importante fazê-lo porque mantém tudo de que temos falado, e particularmente recentemente, sobre não apenas falar da integridade do esporte feminino, mas realmente garanti-la”, afirmou o presidente da entidade, Sebastian Coe.

O teste será feito apenas uma vez na carreira da atleta. Ele será realizado com um cotonete passado dentro da boca, parecido com o usado em testes de DNA. Esse exame detecta um gene que só está presente em pessoas do sexo masculino. Caso seja necessário, também poderá ser feito um exame de sangue para verificar os níveis de testosterona.

A federação ainda vai escolher, nas próximas semanas, qual empresa ficará responsável pelos testes. A expectativa é que a nova regra já esteja valendo até o Campeonato Mundial de Atletismo, marcado para setembro deste ano, no Japão.

A maioria das pessoas consultadas pela entidade apoiou a medida. Segundo a federação, “ficou claro que permitir apenas mulheres de sexo biológico feminino nas competições é essencial para manter a igualdade”.

Essa nova regra reforça uma decisão tomada em 2023, quando a Federação Internacional de Atletismo já havia proibido a participação de atletas trans em esportes femininos.

Com a decisão, a entidade está unificando a partir de agora as regras para atletas trans e para aquelas que nasceram com “características biológicas fora do padrão feminino comum”, chamadas de DSD (diferença no desenvolvimento sexual). A federação se baseou em estudos recentes que mostraram que mesmo com tratamentos hormonais, essas atletas ainda mantêm uma vantagem física em relação às demais.

Coe afirmou que o Comitê Olímpico Internacional (COI) deveria assumir a liderança nesse debate e criar regras iguais para todos os esportes, ao invés de deixar cada federação decidir por conta própria.

A decisão da Federação acontece em um momento em que cresce, especialmente nos Estados Unidos, a pressão contra a participação de pessoas trans nos esportes femininos. Em fevereiro, o presidente Donald Trump assinou um decreto proibindo essa prática em competições no país. Como os Estados Unidos vão sediar as Olimpíadas de 2028, o tema deve ganhar ainda mais destaque nos próximos anos.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.