
Até o fechamento desta edição, na noite de ontem, somaram-se 19 mortes causadas por um tumulto durante o desfile do festival de música eletrônica Love Parade, realizado sábado, na cidade alemã de Duisburg. Outras 342 pessoas ficaram feridas, dezenas em estado grave.
O pânico começou no túnel superlotado que funcionava como única entrada para o festival, que acontecia em uma antiga estação de trem da cidade. Testemunhas disseram ter visto pessoas amontoadas que, desesperadas, pisotearam outras que haviam caído no chão.
As autoridades decidiram não retirar as pessoas do túnel, por temor de aumentar o caos. Sem tomar conhecimento das mortes, os demais participantes deram continuidade à festa de rua, enquanto funcionários de resgate removiam as vítimas. "Uma só entrada por meio de um túnel leva por si só a um desastre", lamentou Dr. Motte, que criou o evento em 1989, em Berlim, como uma manifestação pela paz.
Um dos organizadores da festa, Rainer Schaller afirmou ontem, durante uma coletiva de imprensa, que ele nunca mais acontecerá. "O Love Parade sempre foi um evento tranquilo e uma festa feliz, mas se continuasse seria sempre assombrado pela tragédia", explicou.
As autoridades locais foram questionadas duramente durante a coletiva, mas deram poucos esclarecimentos sobre o porquê de haver uma única entrada para a área de desfile.
Local inaceitável
De acordo com a mídia alemã, pelo menos 1,4 milhão de pessoas compareceram ao festival, mas a polícia não confirma esse número.
Rainer Wendt, líder do maior sindicato de policiais da Alemanha, disse ao jornal Bild que a entidade alertou o governo no ano passado de que a cidade de Duisburg era um local inaceitável para o Love Parade.
"A cidade é muito pequena e com ruas muito estreitas para receber a massa de pessoas", disse Wendt. Ele disse que a culpa da tragédia ficará com o prefeito da cidade e os organizadores do festival Love Parade.
Detlef von Schmeling, chefe de polícia de Duisburg, disse que 16 dos 19 mortos foram identificados até agora. Ele informou que entre as vítimas estão quatro estrangeiros um australiano, um italiano, um chinês e um holandês. A idade das vítimas varia de 20 a 40 anos.
Merkel
Os líderes da Alemanha, incluída a chanceler Angela Merkel, manifestaram tristeza. "Os jovens vieram para comemorar e ao invés disso foram mortos ou ficaram feridos", disse no sábado. "Estou horrorizada com o sofrimento e a dor."



