Islamabad Quase 70 pessoas morreram neste sábado e domingo no Paquistão em três ataques suicidas, segundo informações da polícia. A onda de violência começou depois que militantes islamitas fizeram um chamado à Jihad (guerra santa), em represália ao recente ataque militar contra a Mesquita Vermelha de Islamabad.
Ontem, pelo menos 26 pessoas morreram, entre eles 13 policiais, em um ataque contra um centro de recrutamento da polícia, em Dera Ismail Jan. Anteriormente, um atentado com dois carros-bomba contra um comboio militar no vale de Swat (noroeste) resultou em 17 mortos.
No sábado, um suicida matou 24 soldados ao jogar um veículo carregado de explosivos contra um comboio militar no Waziristão do Norte, uma região tribal do Paquistão na fronteira com o Afeganistão.
Os ataques crescentes contra forças de segurança paquistanesas chegam menos de uma semana depois da invasão da Mesquita Vermelha em Islamabad, bastião de radicais que se opõe ao presidente do país, Pervez Musharraf, e defendem a implantação da lei islâmica. Uma semana de cerco à mesquita e a invasão resultaram na morte de ao menos 108 pessoas.
O suicida do segundo ataque deste domingo tomou como alvo pessoas que realizavam testes escritos e exames médicos para recrutamento na força policial da cidade de Dera Ismail Khan, localizada perto da região de Waziristan Sul área tribal que também faz fronteira com o Afeganistão e onde suspeita-se que membros da rede terrorista Al-Qaeda e do movimento radical islâmico afegão Taleban operem. Mais de 150 pessoas estavam na região do quartel de polícia quando o terrorista detonou explosivos. A maioria das vítimas era de postulantes ao posto, mas também há policiais mortos.
Nesta sexta-feira, milhares de paquistaneses muçulmanos protestam contra o governo do país por ordenar a invasão do Exército à Mesquita Vermelha.
Os protestos ocorreram em meio a um reforço na segurança em mesquitas e prédios do governo do Paquistão devido a ameaças de grupos extremistas.
Os manifestantes queimaram imagens do presidente Pervez Musharraf e do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que são aliados. Eles gritavam slogans como "vida longa aos mártires de Lal Masjid" e "Musharraf assassino".
A Al-Qaeda e o Taleban também prometeram atacar o Paquistão, ameaçando lançar ataques suicidas contra alvos governamentais. O irmão de um clérigo morto na Mesquita Vermelha convocou uma revolução islâmica no país.
Dois ataques suicidas foram registrados na última quinta-feira, um dia depois do fim da invasão na mesquita, e deixaram ao menos sete mortos. A violência no norte do Paquistão já matou mais de 90 pessoas desde o início do cerco em Islamabad, em ações supostamente ligadas aos protestos contra a operação do Exército.
Os radicais da Mesquita Vermelha são acusados de apoiarem o movimento radical afegão Taleban e de tentarem estabelecer no Paquistão um regime similar ao que o grupo tinha no Afeganistão antes da invasão americana, em 2001. Eles se opõe também à aliança entre o presidente Musharraf e os Estados Unidos na chamada guerra contra o terror mundial.



