Uma pequena frota de navios da Marinha russa, liderada pelo porta-aviões Almirante Kuznetsov, chegou neste domingo (08) ao porto sírio de Tartus, em meio aos violentos confrontos entre as forças de segurança e a oposição.
"(Os navios) atracaram no porto de Tartus com fins de abastecimento", informou neste domingo um porta-voz do Ministério de Defesa russo à agência de notícias "Interfax".
A pequena frota é integrada também pelo destróier Almirante Chabanenko, a fragata Ladny, o navio de salvamento Nikolai Chiker e o avião-tanque Lena.
"Uma vez abastecidos, os navios abandonarão águas sírias em 9 de janeiro e prosseguirão o cumprimento de sua missão", disse a fonte militar.
Ao contrário de outros navios, o Almirante Kuznetsov, que leva oito caças Su-33 e 12 mísseis de cruzeiro Granit, não teve acesso ao porto sírio devido ao seu peso excessivo.
Segundo as agências de notícias russas, a imprensa oficial síria se congratulou neste domingo da chegada dos navios russos, que descreveu como uma clara mostra de apoio ao país árabe, há meses palco de violentos enfrentamentos entre as autoridades e a oposição ao regime de Bashar al-Assad.
A Marinha russa, no entanto, já havia anunciado a pretensão da viagem no final do ano passado: "A travessia dos navios russos até Tartus não deve ser interpretada como uma espécie de reação ao que ocorre na Síria".
O almirante Victor Kravchenko, ex-chefe do Estado-Maior da Marinha Russa, opina que a presença de navios russos no litoral sírias inibirá o Ocidente a adotar decisões que ponham em perigo a estabilidade da região.
"A presença de qualquer força militar fora a da Otan é muito útil para a região, já que impedirá a eclosão de um conflito militar", avaliou.
A Rússia se opõe à ingerência externa e ao uso da força contra a Síria, tal como ocorreu na Líbia no ano passado para impedir a repressão do então regime de Muammar Kadafi. Moscou antecipou que rejeitará qualquer proposta de resolução que inclua sanções contra o governo Assad.
O porto sírio de Tartus, que acolheu uma base soviética em tempos da Guerra Fria, é atualmente um centro de manutenção e abastecimento para a frota russa do Mar Negro.
Atualmente, a base abriga cerca de 600 militares e técnicos do Ministério de Defesa russo e está sendo reabilitada para treinamento de cruzeiros e porta-aviões russos.
Segundo analistas, a Rússia perdeu bilhões de dólares em contratos militares devido à guerra na Líbia e não quer que o mesmo aconteça com a Síria, um dos principais clientes da indústria armamentista russa no mundo árabe.
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