
Los Angeles Seis pessoas morreram e pelo menos 70 ficaram feridas nos 18 focos de incêndio na Califórnia, que entram hoje no quinto dia, com saldo de 1 milhão de pessoas desabrigadas e mais de 2 mil casas incendiadas. A única esperança de controlar as chamas é uma possível trégua dos fortes ventos.
Os incêndios atingiram uma área que se estende de Santa Barbara, ao norte de Los Angeles, até a fronteira com o México, ao sul, incluindo a praia de Malibu, onde moram várias celebridades de Hollywood. A maioria dos famosos se hospedou em hotéis de luxo da região, mas alguns receberam autorização para voltar para casa, nas regiões onde o fogo foi controlado.
Reforços
Os cerca de 10 mil bombeiros ganharam a ajuda de 2,6 mil prisioneiros e menores infratores, assim como de soldados que fazem a segurança na fronteira com o México. No entanto, com a fronteira menos vigiada, muitos imigrantes aproveitaram para entrar no país, e há ainda a preocupação com saques a mansões incendiadas.
O condado de San Diego, onde cinco focos de incêncio ainda estavam ativos ontem, registra os maiores prejuízos, estimados em US$ 1 bilhão. Nas regiões onde os focos já foram controlados, os moradores estão gradualmente recebendo permissão para retornar às suas casas, de acordo com o prefeito da localidade, Jerry Sanders.
O presidente George W. Bush declarou "situação de desastre", o que permite às pessoas que tiveram suas casas queimadas receber auxílio-moradia temporário, além de verba para reparos e empréstimos a juros baixos para cobrir perdas não-seguradas. Hoje o presidente vai à região monitorar os esforços federais de emergência.
"Se nós tivéssemos mais recursos aéreos, teríamos mais capacidade de controlar o fogo", disse o chefe do Corpo de Bombeiros do Condado de Orange, Chip Prather. Os bombeiros, e militares combatem as chamas com a ajuda de 90 helicópteros e aviões. Quatro aviões C-130 da Guarda Nacional, equipados para lançar produtos químicos e retardar o avanço das chamas, seguiram dos Estados do Colorado e da Carolina do Norte para a base de Point Magu, na Califórnia. Alguns focos são tão amplos que podem ser vistos do espaço e a fumaça se confunde com as nuvens nos satélites meteorológicos.
Um dos focos destruiu 160 casas na zona montanhosa de San Bernardino, a leste de Los Angeles, onde mansões ao longo das encostas estão a ponto de ser destruídas pelas chamas, como ocorreu em Running Springs.
Katrina
O secretário de Segurança Doméstica, Michael Chertoff, e R. David Paulison, diretor da Agência Federal de Gestão de Emergências chegaram ontem à Califórnia. "O mundo está vendo grande parte do sul do estado em chamas", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. "O governo federal e o presidente estão muito preocupados, mas houve lições que aprendemos com o [furacão] Katrina, e estamos colocando em prática alguma delas, como a comunicação rápida entre autoridades federais e regionais", disse.
Em 2005, o governo de Bush foi criticado pela resposta lenta à devastação causada pelo Katrina, que matou mais de 1,8 mil mortos e causou prejuízo superior a US$ 81 bilhões.



