Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Argentina

Fora de jogo, Cristina lança disputa sucessória

Sem Cristina Kirchner, afastada após uma cirurgia, eleições legislativas de domingo medirão forças para corrida presidencial de 2015

Cristina ao lado de Martin Insaurralde, candidato derrotado nas primárias de agosto | Marcos Brindicci/Reuters
Cristina ao lado de Martin Insaurralde, candidato derrotado nas primárias de agosto (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

Com a presidente argentina Cristina Kirchner afastada da cena política, diferentes setores do seu partido, a Frente para la Victoria (FPV), alinham as estratégias para ganhar poder após as eleições legislativas do próximo domingo. O foco é a disputa pela Presidência do país em 2015.

Cristina, operada recentemente de um hematoma craniano, permanece afastada da frente política em plena campanha eleitoral. Nesse cenário, quem vem ganhando força é o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, que nunca escondeu suas aspirações para ocupar o cargo de presidente.

Com o apoio de membros do governo, como o chefe de gabinete Juan Manuel Abal Medina, os ministros Julio de Vido (Planejamento) e Hernán Lorenzino (Economia), e o vice-presidente Amado Boudou, Scioli representa a ala mais moderada do kirchnerismo.

"Scioli está vivendo seus dias de glória, já que a presidente não está no comando. O problema é que isso tem prazo de validade", afirma Jorge Arias, da empresa de consultoria PoliLat. De acordo com o analista, "como o barco está sem comando, ele [Scioli] pode se aproveitar da sua boa imagem pública e suas boas relações com os outros peronistas".

Outro nome que surgiu com força nos últimos dias foi o de Sergio Urribarri, governador da província de Entre Ríos. Urribarri é apoiado por Carlos Zannini, secretário Jurídico e Técnico da Presidência e representante da ala mais radical do kirchnerismo. A intenção de Zannini e dos representantes do "cristinismo" seria que Urribarri ocupasse a chefia de gabinete, tirando Abal Medina, para depois transformá-lo em seu afilhado político.

O governador de Entre Ríos teria também o apoio de La Cámpora, a ala jovem do FPV, liderada por Máximo Kirchner, filho mais velho da chefe de Estado. "Agora, aparece essa figura [Urribarri] muito mais provável que Scioli, já que estão buscando alguma maneira de assegurar a continuidade do projeto kirchnerista no governo", afirma Jorge Arias.

Reorganização

Para o analista político, tudo será reorganizado quando a presidente voltar. Apesar da doença de Cristina supor uma recuperação de seus níveis de popularidade, o fechamento ou não com honras no governo dependerá, segundo o especialista, "de sua atitude" uma vez reintegrada às tarefas à frente do Executivo.

"A sociedade está esperando que ela seja um pouco mais aberta, que escute um pouco mais a voz das urnas e da democracia. A presidente ficou muito fechada naqueles 54% de 2011 e tudo parece indicar que essa porcentagem vai ter uma grande queda no próximo domingo", acredita Arias.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.