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BUENOS AIRES - O chefe da Força Aérea da Argentina, brigadeiro Eduardo Schiaffino, reconheceu hoje que durante a última ditadura militar (1976-1983) "houve excessos contra a dignidade humana" cometidos "por integrantes da instituição".

- A Força Aérea que hoje me cabe conduzir assume a obrigação moral perante a nação de reconhecer e repudiar os atos contra a dignidade do homem cometidos por integrantes de nossa instituição naqueles dias - disse ele, durante uma cerimônia.

A autocrítica foi feita a duas semanas do aniversário de 30 anos do golpe de estado que instaurou o regime militar e poucos dias depois que seu colega da Marinha, almirante Jorge Godoy, disse que é preciso "redimir dívidas contraídas num passado trágico".

Tal autocrítica nunca havia sido feita.

O chefe da Força Aérea pronunciou um discurso durante ato em que estavam presentes a ministra da Defesa, Nilda Garré, e o secretário de Direitos Humanos, Eduardo Luis Duhalde.

O brigadeiro também afirmou que "os direitos humanos são uma conquista moral da humanidade". Romper com os direitos humanos "remete à mais obscura barbárie".

- As novas gerações têm direito de construir o futuro orgulhosas do seu esforço, sem carregar sobre seus ombros os erros do passado e entender que não há solidariedade com o delito, nem com a tortura, nem com a covardia - disse ele.

A ministra se disse satisfeita com o discurso do brigadeiro. Ela acha que foi uma mensagem fundamental para consolidar a etapa de reencontro entre as Forças Armadas e a sociedade.

No próximo dia 24, cerimônias marcarão os 30 anos do golpe. Homenagens serão feitas à memória dos quase 20 mil desaparecidos durante a ditadura.

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