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Protesto

França para contra reforma da Previdência de Sarkozy

Presidente considera prioridade absoluta elevar idade mínima para se aposentar de 60 para 62 anos

Setores público e privado protestam juntos em Lille, no norte francês: dois terços dos eleitores franceses criticam reforma | Pascal Rossignol/Reuters
Setores público e privado protestam juntos em Lille, no norte francês: dois terços dos eleitores franceses criticam reforma (Foto: Pascal Rossignol/Reuters)
Caveira com o apelido de Sarkozy: queda de popularidade |

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Caveira com o apelido de Sarkozy: queda de popularidade

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Veja os números das manifestações

Enfrentando queda na popularidade, o presidente francês, Ni­­colas Sarkozy, foi o alvo principal ontem da maior greve geral organizada durante seu mandato. A pa­­ralisação, de um dia, foi convocada em todo o país para protestar contra a reforma da Pre­­vi­­dên­­cia.

O protesto teria mobilizou en­­tre 2,5 milhões e 3 milhões de pes­­soas, segundo os sindicatos, e mais de 1 milhão, de acordo com o Ministério do Interior.

A greve afetou principalmente o setor público, com perturbações na rede de transporte, escolas, correios, meios de comunicação e aeroportos. Superou a última greve geral, em 24 de junho.

Os protestos são mais um ataque à popularidade de Sarkozy, que enfrenta escândalos de corrupção em seu governo e é criticado por medidas populistas adotadas para tentar estancar a perda de aprovação, como a expulsão de ciganos e a ameaça de revogar a cidadania de pessoas que ataquem policiais.

O presidente francês terá agora que resolver uma equação delicada: como manter o pulso firme sobre a reforma, uma das prioridades de seu mandato, sem fe­­char os olhos para a mobilização de ontem.

A reforma

O pano de fundo da mobilização é a necessidade de reduzir despesas após a crise econômica que eclodiu há dois anos. A espinha dorsal do projeto prevê passar de 60 para 62 anos a idade mínima legal para a aposentadoria na França.

A reforma tem o objetivo de equilibrar as contas da Previ­­dên­­cia até 2018 e evitar um rombo que poderia chegar, segundo o go­­verno, a 45 bilhões de euros (R$ 100 bilhões) em 2020. A França é hoje um dos países da Europa com a idade mínima mais baixa para obter a aposentadoria.

Apesar de cantar vitória, os sindicatos sabem que a forte participação na greve geral não será suficiente para fazer recuar o presidente.

Ao defender o projeto na As­­sembleia Nacional, o ministro francês do Trabalho, Eric Woerth, disse que o aumento da idade mí­­nima legal é "indiscutível"’.

Os sindicatos esperam, entretanto, concessões em outros pontos do projeto, entre eles a garantia de aposentadoria especial pa­­ra profissões insalubres e a ma­­nutenção da idade para obter a aposentadoria integral, que o go­­verno quer passar de 65 para 67 anos.

O secretário-geral da Con­­fe­­deração Geral do Trabalho (CGT), Bernard Thibault, diz que, se o governo não reagir, acenando pa­­ra mudanças no projeto, haverá novas greves.

Pesquisas de opinião mostram que dois terços dos eleitores acham que a proposta de Sarkozy de aumentar a idade de aposentadoria é injusta e apoiam o protesto, mas dois terços também acham que as greves não farão nenhuma diferença.

Apesar da grande participação, alguns reclamam dos problemas causados. "Estou farta destes preguiçosos", reclamou Virginie, 25, estudante.

Face à mobilização, o governo poderá fazer alguns acenos. Hoje, o presidente Sarkozy deve se pronunciar sobre o assunto, de acordo com anúncio feito por Woerth.

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