Paris Centenas de pessoas se reuniram ontem em um parque da periferia de Paris para homenagear o brasileiro Santos Dumont, por ocasião do centenário do primeiro vôo do 14 Bis.
O parque Bagatelle de Paris testemunhou, em 23 de outubro de 1906, a primeira vez em que um avião se elevou do chão para voar alguns metros. Santos Dumont repetiu a experiência em 12 de novembro, desta vez com mais eficácia, percorrendo 220 metros em 21 segundos a uma altura de seis metros.
Para a homenagem, foi reconstruído um aparelho igual ao 14 Bis, com telas e bambu, que foi pilotado pelo brasileiro Danilo Flores Fuchs. No entanto, ele não conseguiu fazer com que o aparelho decolasse e, após percorrer 150 metros sem sair do chão, interrompeu seu trajeto com uma asa quebrada.
O protótipo levado a Paris é o mesmo que fez um vôo bem-sucedido no jardim da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no último dia 22 de outubro.
A decepção do piloto e dos espectadores em Paris não tira o brilho da proeza de Santos Dumont, que recebeu vários prêmios e reconhecimentos por causa daquele vôo.
Em 1903, os irmãos americanos Orville e Wilbur Wright conseguiram fazer com que um aparelho voasse em uma praia da Carolina do Norte, mas o avião foi lançado de uma colina, e não decolou do chão.
Na França, Santos Dumont é homenageado ainda em duas exposições. Uma delas, em um teatro da localidade de Neuilly (periferia de Paris), mostra os sucessos do aviador brasileiro, enquanto a outra, apoiada pela prefeitura da capital, apresenta documentos inéditos do pioneiro.
Filho de um rico fazendeiro do ramo do café e de uma francesa, Alberto Santos Dumont (18731932) foi um jovem interessado pelos avanços científicos de sua época e decidiu ir morar em Paris em 1892, onde desenvolveu sua habilidades em engenharia aeronáutica e mecânica.



