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Cerca de cem soldados de elite desafiaram o governo filipino e o estado de emergência neste domingo, reclamando apoio ao comandante dos fuzileiros que foi afastado depois que a tentativa de um suposto golpe de estado foi abortada.

Renato Miranda, o major-general que liderava oito mil fuzileiros, foi afastado de suas funções. Ele é o oficial mais graúdo ligado à tentativa de golpe na quinta-feira passada.

A presidente Gloria Macapagal Arroyo decretou estado de emergência na sexta-feira para impedir, segundo ela, uma trama perpetrada por seus inimigos políticos, por comunistas e "aventureiros militares".

Na sexta-feira, o chefe de uma tropa de um regimento de elite foi detido sob acusação de ter planejado o golpe. A idéia era incitar multidões contra o governo, na semana em que o povo comemora os 20 anos do fim da ditadura.

Gloria resistiu, no ano passado, a uma tentativa de impeachment. As eleições do ano passado teriam sido fraudadas, acusam opositores.

Também um parlamentar de esquerda e um ex-chefe de polícia foram presos. O governo empreendeu uma busca num jornal de oposição.

Os soldados da base dos fuzileiros em Manila, protegidos por três blindados e paramentados para a guerra, receberam a adesão de um comandante de pelotão e um grupo de soldados.

Integrantes do governo disseram que avaliaram se já era tempo de cancelar o estado de emergência, mas o protesto dos homens leais a Miranda suspendeu a idéia.

O chefe de gabinete da presidente, Michael Defensor, disse que a situação está sob controle. Mas deu a dica de que medidas mais fortes poderão ser implementadas.

- Se eles (os manifestantes) usarem armas, não vamos permitir - disse ele, numa rádio, acrescentando que pode haver confronto direto com os insubordinados.

Dezenas de civis, muitos dos quais esquerdistas, mas também freiras católicas, se reuniram na base dos fuzileiros. A polícia tentou dispersá-los.

A ex-presidente Corazón Aquino se juntou ao grupo. Ela é uma das vozes de oposição que pedem a renúncia da atual presidente. Corazón é idolatrada desde a revolta de 1986 que expulsou do governo o ditador Ferdinand Marcos.

Correntes de mensagem de texto enviadas por telefones celulares pedem apoio aos fuzileiros, afirmando que a luta deles é a luta do povo.

A rede de TV ABS-CBN divulgou que a polícia tem uma lista de cem pessoas que vão receber voz de prisão. Uma delas é o ex-senador Gregorio Honasan, um dos heróis da revolta de 1986.

O arcebispo Ramon Arguellesd criticou duramente o estado do país.

- Se a presidente e sua gangue não mostrarem resultados ao punirem os perpetradores da corrupção e melhorarem as condições dos pobres, o regime vai desmoronar mais depressa e mais miseravelmente que o do último ditador - disse ele.

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