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Pesquisa

“Gás do riso” aumenta risco de pneumonia, mostra estudo

Londres – Um anestésico usado há mais de 200 anos em partos e atendimentos médicos de emergência aumentou o numero de casos de pneumonia, febre e infecção de ferimentos em um grande número de pacientes testados na Austrália. Apesar de ser considerado relativamente seguro pelos médicos, o porta-voz da Royal College of Anaesthetists (Universidade Real de Anestesistas) disse que em vista dos ocorridos, o uso de tal substância irá "cair sem sombra de dúvidas".

O óxido nitroso, popularmente conhecido como gás do riso ou gás hilariante, é amplamente utilizado desde o final do século 18 e é mais uma entre os milhões de substâncias deste tipo utilizadas em pacientes em todo o mundo. Efeitos colaterais da droga tais como náusea e vômitos são bem conhecidos, mas o estudo australiano focou em problemas mais sérios que o gás poderia trazer.

Paul Myles, do hospital Alfred, em Melbourne, coletou dados de aproximadamente 2.000 pacientes que receberam anestésicos com ou sem o óxido nitroso em todo o Reino Unido, Austrália e Ásia. Os que estavam no grupo de controle receberam um mix de 80% de oxigênio adicionado de anestésico injetável ou inalável. Já os pacientes do grupo do gás do riso receberam 70% de óxido nitroso como anestésico principal combinado com outros anestésicos para sedá-los parcial ou totalmente.

Resultados

A equipe descobriu que pacientes que não receberam a substância tiveram tendência 50% menor para contrair pneumonia e ente 20% e 30% menor de sofrer febre ou infecções após as cirurgias. Esses pacientes também apresentaram menos tendência a ter problemas cardíacos e morrer no pós-cirúrgico.

Essas afirmações, porém, não têm valor estatístico. Os pesquisadores estão averiguando as mesmas informações com um grupo maior, com cerca de 7.000 pacientes. A pesquisa foi publicada na revista Anaesthesiology e foi reportada nesta semana na New Scientist.

"O estudo australiano sugere que a eliminação do uso do óxido nitroso nos pacientes que fazem grandes cirurgias pode trazer benefícios", relatou Keith Myerson, membro do conselho da Royal College of Anaesthetists. "Entretanto, o estudo não mostra claramente se os benefícios se devem ou não à eliminação do uso do óxido nitroso. Com a publicação deste artigo, o uso desta substância irá diminuir sem sombra de dúvidas", enfatizou.

Segundo o estudo, o óxido nitroso tem possivelmente efeitos prejudiciais, pois pode interferir na síntese de DNA nas células através da alteração no metabolização da vitamina B12 e do ácido fólico. Estas substâncias têm papel fundamental na cicatrização e a falta delas pode causar danos à medula óssea e ao sistema nervoso central.

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