A Irmandade Muçulmana afirmou neste domingo (9) que poderá reconsiderar o uso de sua tradicional frase de campanha "Islamismo é a solução" depois que o conselho militar do Egito fez uma emenda às leis eleitorais para proibir o uso de slogans religiosos.
A Irmandade foi banida durante o regime do presidente deposto Hosni Mubarak, mas seus candidatos concorreram como "independentes", que podiam ser identificados por meio de cartazes com o slogan bastante conhecido do grupo islâmico.
Muitos políticos liberais e egípcios vêm mostrando preocupação com a crescente influência da Irmandade desde o início dos levantes. O grupo tem procurado diminuir as preocupações ao afirmar que quer uma democracia pluralista e não quer impor a lei islâmica.
"Campanhas eleitorais baseadas no uso de slogans religiosos ou de segregação racial ou por gênero estão banidas", afirmou o decreto do conselho militar publicado na noite de sábado, acrescentando que aqueles que o violarem poderão enfrentar três meses de prisão e multa.
O comitê eleitoral havia dito mais cedo que o partido Liberdade e Justiça, da Irmandade, não poderia usar o slogan, fazendo com que alguns membros insistissem na permissão. Mas, depois do decreto militar, autoridades da Irmandade preferiram uma abordagem mais suave.
"O slogan é uma forma de vida para nós, mas não é necessariamente um slogan eleitoral," disse à Reuters Mohamed el-Beltagy, figura sênior do partido Liberdade e Justiça. "Talvez reconsideremos o seu uso nas eleições diante das condições e poderemos substituí-lo."
A Irmandade tem sido mais favorável ao Exército do que alguns ativistas, o que analistas acreditam poder ser explicado pelo fato de ela não querer atrapalhar o processo eleitoral que vai reforçar seu papel e evitar um retorno da repressão enfrentada durante o regime Mubarak.
A votação nas eleições parlamentares começa em 28 de novembro.
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