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Crise

Golpistas do Mali fecham o país

Junta militar dissolve todas as instituições, suspende a Constituição e decreta torque de recolher

O líder do golpe militar no Mali, Amadou Sanogo (à esquerda), dá instruções a militares após a tomada do poder | Habibou Kouyate/AFP
O líder do golpe militar no Mali, Amadou Sanogo (à esquerda), dá instruções a militares após a tomada do poder (Foto: Habibou Kouyate/AFP)

A junta militar que tomou o po­­der no Mali anunciou ontem que deu fim ao governo instalado em Bamaco e anunciou a dissolução de todas as instituições, assim co­­mo a suspensão da Constituição e um toque recolher.

O tenente Amadou Konare, porta-voz dos golpistas, afirmou que os militares atuaram diante da incapacidade do regime do pre­­sidente Amadou Toumani Tou­­ré para administrar a crise na região norte do país, ante uma rebelião tuaregue e as atividades de grupos islamitas armados desde meados de janeiro.

Konare, cercado por uma de­­zena de militares, falava em no­­me da junta que tomou o poder, o Comitê Nacional para a Recupe­­ração da Democracia e a Restau­­ração do Estado (CNRDRE). Pouco depois, o capitão Amadou Sano­­go, presidente do CNRDRE, anunciou um toque de recolher.

Mais tarde, os militares golpistas declararam que todas as fronteiras do país foram fechadas. O aeroporto de Bamako foi fechado e os voos anulados até nova or­­dem.

A União Europeia (UE) condenou o golpe de Estado e pediu a volta da ordem constitucional. "Condenamos o golpe de Estado militar e a suspensão da Consti­­tuição. É necessário restaurar as normas constitucionais o mais rápido possível", afirmou Mi­­chael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.

ONU

Os 15 países membros do Conse­­lho de Segurança das Nações Unidas pediram o "restabelecimento imediato da ordem constitucional e do governo democraticamente eleito" no Mali. Em de­­claração lida pelo embaixador Mark Lyall Grant da Inglaterra, país que preside o conselho, em março, os participantes condenaram com firmeza o golpe de Es­­tado.

Além disso, pediram aos militares amotinados que "garantam a segurança do presidente Amadu Tumani Touré e retornem aos quartéis". O Conselho de Seguran­­ça também exige "a libertação de todos os funcionários detidos" e a realização de eleições, conforme prevê o calendário institucional do país.

As eleições no Mali estavam programadas para o dia 29 de abril.

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