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Crise

Governador colombiano se entrega por escândalo dos paramilitares

O vice-presidente, Francisco Santos, e o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, também foram acusados de envolvimento no escândalo, mas o presidente Álvaro Uribe saiu em defesa dos dois

O governador do departamento colombiano de Cesar, Hernando Molina, entregou-se nesta quinta-feira ao Ministério Público, um dia depois de ter sua prisão determinada por supostas ligações com esquadrões paramilitares de ultradireita. Molina é o segundo governador a ser detido no inquérito criminal sobre a ligação de políticos com esses grupos armados ilegais, acusados de massacrar milhares de civis na luta contra a guerrilha esquerdista. O vice-presidente, Francisco Santos, e o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, também foram acusados de envolvimento no escândalo, mas o presidente Álvaro Uribe saiu em defesa dos dois.

- A presunção de inocência faz parte das garantias dos direitos fundamentais das pessoas, e aqui estamos - disse o governador a jornalistas ao se entregar.

Em março, o governador do departamento de Magdalena, Trino Luna, foi preso no mesmo processo, que também já determinou a detenção de 13 parlamentares aliados a Uribe, e que é responsável pela pior crise política da história da Colômbia. Mais de dez congressistas estão sendo investigados por supostamente ter feito pactos com os paramilitares para ser eleitos, e também podem acabar sendo presos, segundo fontes judiciais.

Além disso, mais de 20 pessoas, entre ex-parlamentares, governadores, prefeitos, deputados estaduais e municipais, permanecem presas. Molina está sendo acusado de fechar acordos com os paramilitares para facilitar sua eleição ao cargo de governador de Cesar, uma próspera região pecuarista e agrícola no norte da Colômbia, segundo os promotores.

O departamento de Cesar é uma das regiões que tiveram domínio mais evidente dos esquadrões paramilitares, grupos que surgiram na década de 1980, financiados por proprietários de terra, comerciantes e empresários, para combater a guerrilha de esquerda. Esses grupos armados ilegais expulsaram a guerrilha em várias regiões do país, em meio a uma campanha de assassinatos seletivos e massacres.

O governo de Uribe e os paramilitares deram início em 2003 a uma negociação de paz que foi muito criticada. Pelo acordo, 31 mil combatentes depuseram as armas, e antigos comandantes têm de confessar seus crimes para obter penas máximas de oito anos de prisão.

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