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O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, assumiu nesta segunda-feira (29) a presidência do Partido Justicialista, depois da renúncia de Néstor Kirchner, derrotado nas eleições parlamentares do domingo.

"Quando um resultado não é o que um esperava, deve tomar as atitudes correspondentes", disse Scioli à agência oficial Telam.

O ex-governante e marido da atual presidente, Cristina Kirchner, havia pedido a Scioli - líder peronista aliado ao governo e segundo mais votado na lista de candidatos a deputado pelo partido -, que assumisse o desafio de levar adiante a condução partidária, disse a agência.

Durante a reunião realizada na residência presidencial de Olivos, nos arredores da capital argentina, Kirchner também pediu a Scioli que desistisse de assumir a cadeira de deputado e que continuasse no cargo de governador.

O anúncio da saída de Kirchner ocorre em meio a crescentes especulações sobre reformas no ministério de Cristina.

Porta-vozes peronistas disseram aos jornalistas que Kirchner quis dirigir uma mensagem a seus seguidores do PJ, cuja Presidência assumiu quando o partido era marcado por disputas internas havia três anos.

A lista de candidatos a deputados liderados por Kirchner e Scioli na província de Buenos Aires foi derrotada pela do empresário Francisco de Narváez, um dos líderes da aliança de peronistas dissidentes e conservadores União-Pró.

A Frente para a Vitória do casal Kirchner também foi derrotada na capital argentina e nas províncias de Córdoba, Santa Fé e Mendoza, os outros grandes distritos eleitorais do país, o que resulta na perda da maioria no Parlamento.

Mas a maior surpresa foi a derrota governista em Santa Cruz, no sul país, província natal do ex-presidente, para o Acordo Cívico e Social, formada pela União Cívica Radical, o partido mais antigo do país, com socialistas e independentes.

As alianças fechadas por Kirchner como líder peronista começaram a se dissolver no final do ano passado, quando o desgaste do governo foi evidenciado por seu confronto com a classe agropecuária, por causa da pressão e do intervencionismo do Fisco argentino.

Néstor Kirchner chegou à chefia do Estado depois das eleições presidenciais de maio de 2003, nas quais ficou em segundo lugar, atrás do ex-presidente Carlos Menem, que se negou a disputar um segundo turno, por causa das pesquisas de intenção de voto que indicavam sua derrota.

O ex-líder iniciou sua carreira política junto a sua esposa como militante da ala esquerdista da Juventude Peronista nos anos 70 e na década seguinte foi prefeito de Río Gallegos, capital de Santa Cruz, província que governou durante quase 12 anos até vencer as eleições gerais de 2003.

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