A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, pediu nesta quinta-feira que a comunidade internacional se una para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, sem que se repita a desunião européia de antes da invasão americana no Iraque.
No começo de 2003, Grã-Bretanha, Itália e Espanha defendiam a guerra, enquanto França e Alemanha se opunham, a exemplo de Rússia e China. Sem consenso, os EUA não obtiveram uma resolução do Conselho de Segurança que autorizasse o ataque.
Agora, o Ocidente volta ao Conselho de Segurança com uma resolução apresentada na quarta-feira por Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, exigindo que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio, que pode ser parte de um programa de desenvolvimento de armas nucleares - o que Teerã nega, argumentando que o programa é voltado exclusivamente para a geração de energia com fins civis.
- Aprendemos as lições do conflito do Iraque. Uma dessas lições é que as divisões enfraquecem a Europa. Não podemos dar a ditadores a sensação de que o mundo democrático está dividido a respeito de como lidar com eles - disse Merkel, em um fórum de empresários americanos e alemães, em Nova York. - Acho muito importante que essa posição seja compartilhada por todos nós, inclusive a Rússia, que tudo seja feito para impedir o Irã de obter armas nucleares.
Alemanha, França e Grã-Bretanha têm negociado nos últimos meses de forma unificada com o Irã, mantendo estreita colaboração com Washington.
A resolução apresentada na quarta-feira no Conselho de Segurança ameaça "novas medidas se for necessário" caso o Irã não cumpra as exigências. Rússia e China, que têm poder de veto no Conselho, se opõem ao texto.



