
A bancada governista na Câmara dos Deputados da Argentina impôs sua maioria e aprovou na noite de terça-feira, em cinco comissões, projeto que abre caminho para a expropriação da única fábrica de papel-jornal do país, que pertence aos jornais Clarín e La Nación, com pequena participação do Estado. Em nova manobra oficial na guerra que trava contra a imprensa, o texto declara de interesse público a fabricação e distribuição de papel-jornal.
O documento deve agora ser votado em plenário até sexta-feira, durante a convocação extraordinária da Câmara.
O projeto obriga a empresa a operar com o máximo da capacidade produtiva e apresentar e executar um plano de investimentos a cada três anos. Nos artigos 40 e 41, a proposta estabelece um mecanismo para confiscar a empresa privada sem indenizar seus donos.
O texto determina que Clarín e La Nación sejam obrigados a investir mais que o Estado, caso contrário o Estado terá direitos políticos sobre a empresa e se tornaria o sócio majoritário.
A oposição denunciou que o projeto representa os interesses do governo na briga que trava com os grandes jornais do país.
Para o deputado do Peronismo Federal, Felipe Solá, os artigos 40 e 41 são uma violação aos direitos da propriedade privada.
"Estamos falando de uma decisão política de permitir que o governo controle o papel dos meios de imprensa opositores", disse o deputado peronista Eduardo Amadeo.



