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O governo da Bolívia chegou a propor extraoficialmente, há cerca de sete meses, um "plano de fuga" do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava asilado havia 15 meses na embaixada brasileira naquele país.

A proposta, encaminhada ao Itamaraty e Ministério da Justiça, sugeria que Molina deixasse o território boliviano por terra e que, durante seu percurso, ele não seria preso. Ou seja, a Bolívia faria "vistas grossas" para uma fuga do senador.

O governo de Evo Morales avisou, porém, que não concederia um salvo conduto a Molina e também não iria dar garantias de vida ao político.

O governo brasileiro não aceitou a oferta exatamente porque o senador boliviano correria risco de morte, principalmente da parte de narcotraficantes, e insistiu no pedido de salvo conduto.

Segundo um assessor presidencial, o Brasil não tinha como concordar com a oferta boliviana porque ficaria com a responsabilidade de uma eventual morte de Molina.

Diplomatas chegaram a sugerir, durante as negociações, que Molina deixasse a Bolívia por avião, mas essa proposta nem chegou a ser discutida mais formalmente pelo governo brasileiro diante da recusa do país vizinho, que insistia na ideia de uma saída "informal" por terra.

Esta acabou sendo a opção do diplomata Eduardo Sabóia, encarregado de negócios em La Paz, responsável pela operação que retirou Roger Pinto Molina da embaixada na última sexta-feira. Segundo o governo brasileiro, Sabóia acabou decidindo assumir a responsabilidade pelos riscos envolvidos na saída do senador boliviano.

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