O governo cubano vai aumentar em até cinco vezes o tamanho dos lotes de terra arrendados por agricultores no setor privado, em meio a uma batalha para reverter a crise no setor. Segundo as novas regulações, que entrarão em vigor ainda este ano, os produtores vão poder arrendar até 67 hectares, frente aos 13 hectares que são permitidos até agora.
"As pessoas ou beneficiários que realmente tenham demonstrado que podem produzir poderão aumentar seu território em até cinco cavalarias (o equivalente a 67 hectares)", disse William Morales Hernández, responsável pela Agricultura na província de Santiago de Cuba.
O Estado cubano é proprietário de mais de 70% da terra cultivável na ilha, das quais 50% estão ociosas, e o restante produz menos que o setor privado. Especialistas locais afirmam que os agricultores colhem 57% dos alimentos cultivados no país em apenas 24% da terra.
Para reverter a situação, o presidente cubano, Raúl Castro, já implementou um plano que busca incrementar a produção de alimentos, mas com pouco resultado até agora.
Em uma das principais reformas, o governo entregou em usufruto 1,6 milhão de hectares de terra a 143 mil agricultores desde 2008.
Os agricultores apontam como passos positivos a concessão de maiores parcelas de terras, assim como as recentes medidas adotadas para facilitar a contratação de empregados.
"Isto é especial. Deveriam repartir todas as (terras) que estão ociosas", disse, por telefone, Roberto Hernández, um agricultor da província de Camagey que arrendou 13 hectares em 2009. "Agora não produzem nada, quando o que faz falta é que produzam carne, feijão, arroz, leite, o que se deseja."
Raul Castro também descentralizou a tomada de decisões no setor agrícola, aumentou o preço que o Estado paga pelos produtos, está vendendo insumos e artigos para a produção, e prometeu mais liberdade para cultivar e vender.
A produção agrícola na ilha cresceu 6,1% até junho, em comparação com o mesmo período em 2010.
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