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O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, anuncia a renúncia de seu governo durante uma coletiva de imprensa antes da reunião semanal de gabinete na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, nesta segunda (26)
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, anuncia a renúncia de seu governo durante uma coletiva de imprensa antes da reunião semanal de gabinete na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, nesta segunda (26)| Foto: EFE/EPA/SHADI HATEM

O governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) apresentou nesta segunda-feira (26) sua renúncia ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, segundo anunciou o primeiro-ministro Mohamed Shtayyeh.

“Coloquei a renúncia do governo à disposição do presidente Mahmoud Abbas na última terça-feira, 20 de fevereiro, e hoje a apresento por escrito”, disse o primeiro-ministro palestino no início de uma reunião com todo o gabinete governamental da ANP em Ramallah, na Cisjordânia.

Shtayyeh explicou que esta decisão foi tomada "à luz dos desenvolvimentos políticos, de segurança e econômicos relacionados com a agressão contra nosso povo na Faixa de Gaza, e a escalada sem precedentes na Cisjordânia, incluindo a cidade de Jerusalém Oriental".

"Isso vem à luz pelo que nosso povo, nossa causa palestina e nosso sistema político enfrentam: um ataque feroz e sem precedentes, um genocídio, tentativas de deslocamento forçado, fome em Gaza, intensificação do colonialismo, terrorismo de colonos e repetidas invasões de campos e aldeias em Jerusalém e na Cisjordânia", acusou o primeiro-ministro.

A demissão em bloco do governo da ANP acontece em um momento em que se discute o plano pós-guerra para a Faixa de Gaza, com a incógnita sobre qual entidade assumirá o controle civil do enclave palestino, onde Israel não consentirá que o grupo islâmico Hamas recupere o poder.

A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, defende que a ANP – que atualmente governa pequenas áreas da Cisjordânia – seja a entidade que assuma funções executivas na Faixa de Gaza quando a guerra terminar, depois do Hamas tê-los expulsado em 2007; embora Israel tenha se mostrado relutante.

“Continuaremos em confronto com a ocupação e a Autoridade Nacional Palestina seguirá lutando para estabelecer o Estado nas terras da Palestina”, disse Shtayyeh.

Na quinta-feira passada, o governo israelense apresentou seu plano para o pós-guerra em Gaza, no qual não menciona o governo civil, mas prevê que suas tropas manterão o controle de segurança da área, com liberdade de circulação como acontece agora na Cisjordânia.

Shtayyeh considerou que o atual governo, que está no poder há cinco anos e incluiu parceiros independentes como cinco ministros de Gaza, fez um bom trabalho em circunstâncias difíceis, mas optou por "uma nova etapa cujos desafios requerem novos acordos governamentais e políticos que tenham em conta a nova realidade na Faixa de Gaza e o diálogo para a unidade nacional”.

"Temos uma necessidade urgente de um consenso 'inter-palestino', com uma base nacional, ampla participação, unidade de fileiras e a extensão da autoridade da ANP por toda a terra da Palestina", declarou Shtayyeh sobre os fracassados esforços ​​de reconciliação nacional após várias tentativas de diálogo infrutífero entre o Fatah, um partido secular que controla a ANP, e o Hamas e outros grupos terroristas, como a Jihad Islâmica, desde a divisão de 2007.

Por fim, Shtayyeh agradeceu ao presidente Abbas por “sua sabedoria e seu apoio”; e a seus ministros por “seu trabalho excepcional em circunstâncias excepcionais”.

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