
Jerusalém - O governo da Síria afirmou ontem que 120 membros das forças de segurança foram mortos por "gangues armadas" no noroeste do país. A informação foi questionada por opositores.
Segundo a tevê estatal, homens armados com granadas e fuzis atacaram policiais e soldados em Jisr al Shugur, cidade a 20 km da fronteira com a Turquia, e incendiaram prédios públicos.
Se confirmado, trata-se do maior ataque armado ao regime desde o início da revolta contra o ditador Bashar Assad e um sinal de que o conflito pode estar caminhando para a guerra civil.
Grupos de direitos humanos estimam que mais de 1,2 mil pessoas já tenham sido mortas em três meses de repressão do governo.
Os confrontos de ontem em Jisr al Shugur foram precedidos de um dos mais sangrentos fins de semana até agora, com cerca de 80 mortos em todo o país. Somente em Jisr al Shugur, 35 pessoas morreram desde sábado.
A imprensa estatal emitiu vários boletins ontem sobre a suposta violência contra as forças de segurança, elevando rapidamente o número de mortos de 20 para 80, até chegar ao total de 120. O governo prometeu retaliar.
"O Estado agirá com firmeza, com força e de acordo com a lei", disse o ministro do Interior, Mohammad Ibrahim al Shaar, em comunicado lido na tevê estatal.
As severas restrições do regime ao trabalho de jornalistas estrangeiros no país têm dificultado a confirmação dos relatos, tanto do governo como dos opositores.
Falando de Jisr al Shugur com a TV Al Jazeera, um oposicionista desmentiu a informação oficial e descreveu como "calma" a situação.
Outros dois ativistas ouvidos, que também pediram para não serem identificados, afirmaram que a violência foi resultado de um "motim".
Dezenas de sírios cruzaram a fronteira com a Turquia nos últimos dias para fugir da repressão do regime. Um acampamento foi montado pelo governo turco para abrigar os refugiados.



