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Manifestantes sírios carregam dois companheiros feridos pelas forças israelenses quando tentaram atravessar o arame farpado para entrar na região das Colinas de Golã | Jack Guez/AFP
Manifestantes sírios carregam dois companheiros feridos pelas forças israelenses quando tentaram atravessar o arame farpado para entrar na região das Colinas de Golã| Foto: Jack Guez/AFP

Israel

Policiais sírios impedem novo protesto na fronteira

A polícia síria impediu ontem que dezenas de manifestantes pró-Palestina se aproximassem da fronteira do país com Israel nesta segunda-feira, evitando a repetição dos confrontos fatais com as forças israelenses, que deixaram 23 mortos.

Autoridades israelenses disseram que a instabilidade na Síria excluía quaisquer perspectivas de paz – as duas nações são inimigas e estão em guerra desde 1977 – e acusaram o governo de orquestrar a agitação para tirar atenção dos protestos dentro do próprio país. Israel também questionou o número de mortos divulgado pela Síria.

A polícia síria montou alguns pontos de inspeção, inclusive um deles a apenas um quilômetro das Colinas de Golã, controladas por Israel. Cerca de vinte manifestantes, alguns levando bandeiras sírias, iniciaram uma caminhada em direção à fronteira quando dois policiais os pararam estendendo os braços.

Os manifestantes passaram pelos postos avançados sírios e da Organização das Nações Unidas (ONU) sem impedimento no domingo e durante uma tentativa de invasão da fronteira israelense há três semanas. Não ficou claro por que as forças de segurança sírias intervieram ontem.

Jerusalém - O governo da Síria afirmou on­­tem que 120 membros das forças de segurança foram mortos por "gangues armadas" no noroeste do país. A informação foi questionada por opositores.

Segundo a tevê estatal, homens armados com granadas e fuzis atacaram policiais e soldados em Jisr al Shugur, cidade a 20 km da fronteira com a Turquia, e incendiaram prédios públicos.

Se confirmado, trata-se do maior ataque armado ao regime desde o início da revolta contra o ditador Bashar Assad e um sinal de que o conflito pode estar caminhando para a guerra civil.

Grupos de direitos humanos estimam que mais de 1,2 mil pes­­soas já tenham sido mortas em três meses de repressão do go­­verno.

Os confrontos de ontem em Jisr al Shugur foram precedidos de um dos mais sangrentos fins de semana até agora, com cerca de 80 mortos em todo o país. Somente em Jisr al Shugur, 35 pessoas morreram desde sábado.

A imprensa estatal emitiu vá­­rios boletins ontem sobre a su­­posta violência contra as forças de segurança, elevando rapidamente o número de mortos de 20 para 80, até chegar ao total de 120. O governo prometeu retaliar.

"O Estado agirá com firmeza, com força e de acordo com a lei", disse o ministro do Interior, Mo­­hammad Ibrahim al Shaar, em comunicado lido na tevê estatal.

As severas restrições do regime ao trabalho de jornalistas estrangeiros no país têm dificultado a confirmação dos relatos, tanto do governo como dos opositores.

Falando de Jisr al Shugur com a TV Al Jazeera, um oposicionista desmentiu a informação oficial e descreveu como "calma" a situação.

Outros dois ativistas ouvidos, que também pediram para não serem identificados, afirmaram que a violência foi resultado de um "motim".

Dezenas de sírios cruzaram a fronteira com a Turquia nos últimos dias para fugir da repressão do regime. Um acampamento foi montado pelo governo turco para abrigar os refugiados.

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