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Defensor de Manuel Zelaya faz “sacrifício” pela volta do líder: oposição ao governo interino promete aumentar pressão | Orlando Sierra/AFP
Defensor de Manuel Zelaya faz “sacrifício” pela volta do líder: oposição ao governo interino promete aumentar pressão| Foto: Orlando Sierra/AFP

Arias propõe segunda rodada de negociações

O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, se ofereceu para presidir uma segunda rodada de negociações entre o presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya e o atual governo interino, apesar da falta de progressos do primeiro encontro.

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  • Veja como Honduras mergulhou em crise desde a deposição do presidente Manuel Zelaya

Pela primeira vez desde a deposição do presidente Manuel Zelaya, há duas semanas, o governo interino hondurenho suspendeu ontem o toque de recolher e a restrição de algumas garantias constitucionais.

Na maior parte do tempo, a proibição de circular funcionou das 22 às 5 h, levando o comércio a fechar as portas mais cedo. Nesse intervalo, ficaram suspensos alguns direitos individuais, como o de reunião e de manifestação. Há oito dias, quando a tentativa de Zelaya de retornar ao país de avião provocou confrontos e a morte de dois manifestantes, a restrição foi antecipada para as 19 h.

O presidente interino Roberto Micheletti disse que o toque de recolher era necessário para evitar confrontos no país e reduzir a criminalidade. Já Zelaya acusou seu ex-aliado de usar a medida para perseguir internamente seus seguidores com repressão policial.

O fim da restrição coincide com o esvaziamento das manifestações pró-Zelaya. Hoje, uma semana depois da marcha de milhares de pessoas até o aeroporto, houve só uma concentração que não chegou a lotar uma pequena praça no centro de Tegucigalpa.

Apesar da pouca mobilização, as lideranças pró-Zelaya prometem aumentar a pressão no país nos próximos dias.

"Vamos tornar a coisa mais pesada. A orientação é para fechar todas as entradas do país, incluindo estradas, portos e aeroportos, e convocar uma greve geral para quinta e sexta-feira’’, disse o sindicalista Milton Bardales, que, na semana passada, acompanhou Zelaya à Costa Rica durante a fracassada primeira rodada de negociações entre representantes de governo interino e o presidente deposto.

A tática de greve geral e de bloqueio de estradas já foi tentada nas últimas semanas, com poucos resultados. Apenas a federação dos sindicatos de professores, à qual Bardales está vinculado, conseguiu uma ampla paralisação, levando ao fechamento temporário da maioria das escolas.

As marchas diárias favoráveis e contrárias a Zelaya não impediram que o comércio abrisse as portas durante a maior parte das últimas duas semanas. A distribuição de alimentos, combustíveis e outros produtos de primeira necessidade até agora não foi afetada pela crise.

Apenas a incipiente indústria do turismo sentiu um impacto maior, com o desaparecimento dos turistas estrangeiros que visitam Honduras.

Zelaya foi deposto em 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma votação para angariar apoio à convocação de uma Constituinte. A insistência na consulta, declarada ilegal pela Justiça e pelo Congresso, foi a principal justificativa para derrubá-lo da Presidência e expulsá-lo do país.

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