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O governo do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, anunciou nesta quinta-feira (6) que aprovou no Conselho de Ministros a apresentação de uma moção de confiança ao Parlamento, cujo resultado decidirá se o governo de centro-direita cairá e poderá levar o país a eleições antecipadas.
A Presidência do Conselho de Ministros explicou em comunicado que o documento foi aprovado hoje com o argumento de que “o país precisa de esclarecimento político” após a polêmica causada por uma empresa familiar fundada por Montenegro e atualmente administrada por sua esposa e filhos.
A Presidência do Conselho de Ministros explicou em comunicado que o documento foi aprovado hoje com o argumento de que “o país precisa de esclarecimento político” após a polêmica causada pela empresa familiar Spinumviva, fundada pelo premiê Montenegro antes de sua carreira política e atualmente administrada por sua esposa e filhos. A controvérsia envolvendo a empresa surgiu após revelações de que a ela ainda mantém contratos com companhias privadas, incluindo a operadora de cassinos Solverde, que desde 2021 repassa à Spinumviva um pagamento fixo mensal de 4,5 mil euros em troca de serviços de consultoria. A oposição alega que, devido ao regime de comunhão de bens, Montenegro ainda se beneficia financeiramente desse contrato, o que poderia configurar um conflito de interesses.
“Os grandes desafios internos de Portugal assim o exigem e o preocupante agravamento do contexto internacional torna-o necessário. Permitir que o cenário atual continue seria contrário ao interesse nacional. E isso o governo não pode aceitar”, acrescenta o texto, que afirma que a decisão foi tomada “em nome da estabilidade e do desenvolvimento do país”.
Para o governo, o premiê não cometeu “nenhuma ilegalidade”, mas “mesmo assim, a oposição persistiu em fomentar um clima de suspeita desprovido de qualquer base factual e sem a menor correlação com a realidade”.
O governo de centro-direita, que destacou “a transformação positiva” em que o país se encontra, destacou os líderes do Partido Socialista (PS), líder da oposição, porque “eles parecem refletir uma vontade férrea de aprofundar um clima artificial de desgaste e suspeita ininterrupta”.
Diante de uma “espiral interminável”, o governo considerou que “não devem restar dúvidas sobre suas condições” para implementar seu programa e defendeu que isso é para que “todos assumam suas responsabilidades”.
O anúncio foi feito apenas um dia após o Parlamento rejeitar uma moção de censura apresentada pelos comunistas contra o governo, na qual os socialistas se abstiveram. Duas semanas antes, o órgão legislativo rejeitou outra moção de censura, apresentada pelo partido da direita nacionalista Chega.







