Robinson Crusoé (AFOP) O governo do Chile quer ficar sozinho com o tesouro de 10 bilhões de dólares que teria sido descoberto na ilha de Robinson Crusoé há 13 dias. Moradores do local que sobrevivem da pesca, entidades beneficentes e a Wagner, empresa que diz ter localizado a fortuna querem ficar com parte das 800 toneladas de ouro, prata e jóias que teriam sido enterradas no local há três séculos por navegadores espanhóis e ingleses.
O tesouro estaria na região de Tres Puntas, a oeste da ilha, um local de difícil acesso, escassas planícies e sem uma praia nas proximidades que permita a aproximação de embarcações de grande porte. A Wagner assegura que o tesouro está no local, mas desistiu de executar as escavações devido à magnitude da tarefa.
"A nossa posição é que não há empresa no Chile capaz de ir à ilha para retirar um tesouro de 800 toneladas, de maneira que compete ao Estado realizar o trabalho de extração", disse o advogado que assessora a Wagner, Fernando Uribe Echeverría.
O ouro pirata deve ser desenterrado pelo Estado, conforme um acordo entre as autoridades locais e a Wagner. O governo de Valparaíso, a cidade do continente mais próxima da ilha, terá que conseguir permissões para escavação e extração do tesouro. A Wagner utilizou um robô para detectar os metais, ainda não avistados.
Os representantes da empresa querem que a fortuna seja dividida entre o Estado, a ilha e três instituições beneficentes que eles apadrinham. A posição das autoridades é que todo o tesouro deve ser destinado ao Fisco chileno.
O anúncio da descoberta do tesouro despertou a euforia dos quase 600 habitantes da ilha Robinson Crusoé (localizada a 700 quilômetros da costa central chilena). Sua rotina foi alterada com a chegada de uma grande quantidade de turistas e jornalistas atraídos pela história. Depois da agitação inicial, os insulares parecem mais preocupados com o início da temporada da pesca da lagosta.



